Dec 17, 2025 / 10:06 am
Na audiência geral de hoje (17), o papa Leão XIV exortou todos a "ler a vida sob o sinal da Páscoa" e disse que "é no coração que se conserva o verdadeiro tesouro, não nos cofres da terra".
Em sua catequese, o papa disse que o verdadeiro valor da vida não se mede pela acumulação material ou pelo sucesso econômico.
“Portanto, é no coração que se conserva o verdadeiro tesouro, não nos cofres da terra, não nos grandes investimentos financeiros, hoje mais do que nunca enlouquecidos e injustamente concentrados, idolatrados ao preço sangrento de milhões de vidas humanas e da devastação da criação de Deus”, disse ele.
Leão XIV disse que essa lógica de acumulação acaba por esvaziar de significado até mesmo aqueles que, externamente, aparentam ter alcançado o sucesso. “É importante refletir sobre estes aspectos, pois nos inúmeros compromissos que enfrentamos continuamente sobressai cada vez mais o risco da dispersão, por vezes do desespero, da falta de sentido, até em pessoas aparentemente bem-sucedidas”, disse o papa.
Leão XIV partiu de uma observação próxima à experiência cotidiana: a vida humana é caracterizada por um movimento constante que nos impele a "fazer, a agir" e é condicionada pela "rapidez no alcance de resultados ótimos nos âmbitos mais diversificados".
"Muitas atividades que nem sempre satisfazem"
O papa falou sobre a experiência de muitos homens e mulheres que estão absortos "em muitas atividades que nem sempre satisfazem".
Ele então falou sobre aqueles que, apesar de tudo, no fim do dia “sentem-se vazios”.
“Por quê?”, perguntou Leão XIV. "Porque não somos máquinas, temos um coração, ou melhor, podemos dizer que somos um coração".
Nesse ponto, Leão XIV recorreu ao Evangelho de são Mateus para falar sobre a centralidade do coração, citando as palavras de Jesus Cristo: “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (cf. Mt 6,21).
O papa propôs uma visão de mundo baseada em “Jesus Ressuscitado”, que significa “encontrar o acesso à essência da pessoa humana, ao nosso coração: cor inquietum”.
Com essa expressão, extraída de santo Agostinho, ele falou sobre o dinamismo do coração humano, orientado para a plena realização. O papa disse que o bispo de Hipona, com o adjetivo "inquieto", "leva-nos a compreender o impulso do ser humano orientado para a sua plena realização".
“O verdadeiro destino do coração não consiste na posse dos bens deste mundo”
O verdadeiro destino do coração, disse ele, “não consiste na posse dos bens deste mundo, mas em alcançar aquilo que pode preenchê-lo plenamente, ou seja, o amor de Deus, ou melhor, Deus-Amor”.
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
O papa disse que isso só se acha “amando o próximo que se encontra ao longo do caminho: irmãos e irmãs em carne e osso, cuja presença interpela e questiona o nosso coração, chamando-o a abrir-se e a doar-se”.
Mas para amar o próximo, Leão XIV disse ser necessário " ir mais devagar" para "o fitar nos olhos, às vezes para mudar de programa, talvez até para mudar de direção".
“Eis o segredo do movimento do coração humano: voltar à nascente do seu ser, desfrutar do júbilo que não esmorece, que não desilude. Ninguém pode viver sem um significado que vá além do contingente, além daquilo que passa”, disse o papa.
Por fim, ele pediu que as famílias não perdessem a tradição de montar o presépio, que descreveu como uma "representação sugestiva do mistério do nascimento de Cristo".
"Espero que esse elemento, tão importante não só para a nossa fé, mas também para a cultura e a arte cristãs, continue fazendo parte do Natal para nos lembrar de Jesus, que, ao tornar-se Homem, veio habitar entre nós", disse Leão XIV.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar