Vida consagrada persiste em Cuba apesar da falta de vocações

Dec 12, 2025 / 16:28 pm

Cuba enfrenta uma escassez de vocações religiosas, a ponto de perder quase uma congregação religiosa feminina por ano. Mesmo assim, a presença de homens e mulheres consagrados continua sendo um pilar indispensável para sustentar a missão evangelizadora na ilha.

O padre Ricardo Alberto Sola, presidente da Conferência Cubana de Religiosos (CONCUR), disse à ACI Prensa, agência em espanhol da EWTN, que a vida consagrada na ilha “é muito rica”, embora tenha sofrido uma redução significativa nos últimos anos.

“Estamos perdendo quase uma congregação feminina por ano, que deixa Cuba devido à crise vocacional e à impossibilidade de manter sua presença por causa da escassez de fiéis”, disse o padre.

O sacerdote disse que atualmente existem cerca de 118 congregações religiosas em Cuba, em sua maioria femininas, com cerca de 700 freiras e cerca de 140 sacerdotes de 65 países diferentes. Segundo dados da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, há 370 sacerdotes no país, cada um servindo 20.872 fiéis.

Apesar dessa situação, o padre Sola disse que “a vida consagrada em Cuba é fundamental para atender à missão da fé e do Evangelho” no país e alertou que, sem ela, “hoje mais da metade dos serviços religiosos ruiriam, não se sustentariam”.

Ele falou sobre a urgência de "cuidar e fortalecer" essa presença, que é essencial para a ação pastoral na ilha.

Visita ao Vaticano

Para conhecer em primeira mão a situação das vocações em Cuba, o pró-prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, cardeal Ángel Fernández Artime, e a chefe da Seção de Promoção e Formação, Daniela Leggio, visitaram o país de 22 de novembro a 2 de dezembro.

Segundo o padre Sola, o cardeal fazia viagens de 15 horas de Havana até La Caridad de Cobre, onde fazia vários encontros nos quais "conversava com todos, dava-lhes a sua bênção, ouvia os seus problemas e as necessidades urgentes do país".

O sacerdote disse que essa visita reafirma o compromisso da vida consagrada de "estar ao serviço do povo, especialmente dos mais necessitados e das comunidades onde se encontram as maiores dificuldades".