Nov 21, 2025 / 12:26 pm
O papa Leão XIV autorizou hoje (21) a promulgação do decreto que reconhece as virtudes heroicas da leiga consagrada Maria de Lourdes Guarda (1926-1996), apóstola das pessoas com deficiência no Brasil, que viveu quase 50 anos paralisada.
Na audiência de hoje com o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, o papa aprovou o decreto de Maria de Lourdes Guarda, que se torna venerável. Agora, precisa do reconhecimento de um milagre para a beatificação e outro para a canonização.
O papa também aprovou os decretos de martírio por ódio à fé do padre Ubaldo Marchioni e padre Martino Capelli, mortos pelas tropas nazistas em 1944 e que em breve serão proclamados beatos. O arcebispo Enrico Bartoletti, o padre Gaspare Goggi e a religiosa australiana Maria do Sagrado Coração também foram declarados veneráveis.
Nascida em Salto (SP), em 22 de novembro de 1926, em uma família de descendência italiana, Maria de Lourdes Guarda queria ser religiosa, mas enfrentou desde jovem uma lesão na coluna que lhe causava fortes dores. Aos 21 anos, ficou paralisada da cintura para baixo.
Por causa dos problemas na coluna, ela não pôde entrar em uma congregação religiosa, mas professou seus votos como leiga consagrada do Instituto Secular Caritas Christi em 1970.
Viveu quase 50 anos entre internações hospitalares e sua própria casa. Segundo o Vatican News, site de notícias da Santa Sé, “Maria de Lourdes transformou sua enfermidade em missão apostólica, auxiliada por intensa vida de oração e profunda devoção eucarística. No contato com as Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, amadureceu uma espiritualidade de oferecimento e consolação”.
Mesmo imobilizada, fazia tricô e bordados para ajudar nas despesas hospitalares. Seu quarto se tornou um lugar de encontro, onde muitos buscavam consolo e orientação espiritual. O site da arquidiocese de Jundiaí (SP) diz que “seus amigos recordam que seu rosto era sadio, corado, e seus olhos azuis brilhantes, e que dizia: “nenhuma deficiência é impedimento para a vida”.
Mesmo sofrendo com doenças renais e uma grave gangrena que levou à amputação de uma perna, ela acolhia quem a procurava em busca de conselho, conforto e força na fé.
Por dez anos, coordenou nacionalmente a Fraternidade das Pessoas com Deficiência, empenhando-se pela inclusão social, pelo reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência e pela formação de agentes pastorais. Ela morreu em 5 de maio de 1996, em Salto, com fama de santidade já reconhecida por muitos. Em 2011, seus restos mortais foram trasladados para o altar da Sagrada Família, na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat, em Salto.
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar