17 de dezembro de 2025 Doar
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Governo dos EUA cita santo Agostinho em defesa da expulsão de imigrantes ilegais

Um homem solicitante de asilo da Colômbia é detido por agentes federais enquanto comparece à sua audiência no tribunal de imigração no Edifício Federal Jacob K. Javits, em 27 de outubro de 2025, em Nova York, EUA. | Michael M. Santiago/Getty Images

Autoridades do governo Trump defenderam o combate do governo americano à Imigração ilegal citando a obra Cidade de Deus, de santo Agostinho, para justificar.

Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS, na sigla em inglês) disse à CNA, agência em inglês da EWTN, em resposta às preocupações levantadas por bispos dos EUA sobre a política de imigração, que os "pobres inocentes" se diferenciam dos infratores da lei ao se considerar como interpretar as Escrituras para demonstrar caridade para com os imigrantes.

Numa mensagem especial divulgada em 12 de novembro, a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) disse: "Nós nos opomos à deportação em massa e indiscriminada de pessoas" e citou o capítulo 25 do Evangelho de São Mateus, em Jesus Cristo diz aos Seus discípulos: "Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a Mim o fizestes".

Nathaniel Madden, subsecretário-adjunto principal de comunicações do DHS, disse à CNA que, ao considerar esse versículo, deve-se reconhecer "uma distinção fundamental" em como demonstrar caridade "quando se trata de pessoas que infringiram leis conscientemente para chegar a algum lugar", em oposição a "uma situação muito diferente daquela que envolve os pobres inocentes que são cidadãos do mesmo país".

Ele citou os escritos de santo Agostinho em A Cidade de Deus sobre a compatibilidade entre justiça e misericórdia, dizendo que as duas não são contraditórias. Madden, que é católico, disse que, em alguns casos, o DHS precisa lidar com "criminosos perigosos" e que, de qualquer modo, "a imigração ilegal é, em si, ilegal".

“Temos que levar em conta que leis foram violadas”, disse Madden. Ele disse que as autoridades garantem a proteção da “dignidade humana” dos migrantes.

“Estamos fazendo cumprir uma lei federal que está em vigor há 60 anos”, disse ele. “Estamos fazendo cumprir leis federais que foram justa e devidamente aprovadas pelo Congresso dos EUA, pelo povo americano… e nenhuma dessas leis é injusta”.

A mensagem da USCCB expressou preocupação com as deportações, a revogação do status legal de proteção temporária de alguns migrantes e as condições que, segundo eles, ameaçam a "dignidade humana dada por Deus" aos migrantes.

“A doutrina católica exorta as nações a reconhecerem a dignidade fundamental de todas as pessoas, entre elas os imigrantes”, diz o texto. “Nós, bispos, defendemos uma reforma significativa das leis e procedimentos de imigração de nossa nação. Dignidade humana e segurança nacional não são incompatíveis”.

A mensagem foi aprovada na Assembleia Plenária de Outono da USCCB, em Baltimore, com 216 bispos votando a favor, cinco contra e três abstendo-se. A última vez que a USCCB aprovou uma mensagem especial foi em 2013, em oposição a uma obrigatoriedade federal da cobertura de contraceptivos.

DHS: 'Dignidade será respeitada'

Madden disse que os detidos “serão tratados como pessoas e a dignidade deles será respeitada” e que, em todo o processo, as autoridades “respeitarão a dignidade humana deles o tempo todo”.

Respondendo se a DHS concorda com a USCCB que “a dignidade humana e a segurança nacional não estão em conflito”, Madden disse “Ah, 100% — elas são absolutamente compatíveis”.

“Eles estão completamente alinhados com o que acreditamos sobre a pessoa humana, o que acreditamos sobre a liberdade humana, o que acreditamos sobre a dignidade e os direitos humanos”, disse ele. “E é exatamente isso que estamos fazendo. E é o que temos feito o tempo todo”.

Uma preocupação específica expressa pela USCCB foi “as condições nos centros de detenção e a falta de acesso à assistência pastoral”. No último mês, um ponto de discórdia foram as condições da unidade em Broadview, Illinois, e a impossibilidade de o clero ministrar a comunhão aos detidos católicos.

"As pessoas não deveriam dormir ao lado de banheiros transbordando", diz Robert Gettleman, juiz distrital sênior dos EUA, dizendo que ainda não havia abordado a questão das luzes que permanecem acesas o tempo todo nas instalações.

Uma ação judicial em andamento alega condições insalubres, alimentação e água insuficientes, falta de produtos de higiene pessoal e ausência de acesso a serviços pastorais, em violação à Constituição dos EUA. Embora o DHS diga que os detidos devem permanecer no local por até 12 horas para o processamento, alguns disseram que permaneceram lá por vários dias.

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Madden disse que o Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) não pôde atender aos pedidos do clero para a prestação de serviços religiosos em Broadview devido a preocupações com a segurança, mas que recursos pastorais estão disponíveis em todos os centros de detenção onde migrantes são mantidos por mais de 72 horas. Ele rejeitou as acusações de más condições, classificando-as como falsas.

Quando os detidos são transferidos para centros de detenção de longo prazo, Madden disse que eles têm acesso a assistência pastoral, médicos, advogados, tratamentos médicos e nutricionistas.

“Em todo o tempo em que estão sob custódia do ICE, as necessidades imediatas deles são atendidas, sejam elas de saúde, advocacia, assistência médica ou alimentação”, disse ele. “Tudo está sendo suprido”.

Política de autodeportação defendida como misericordiosa e "incrivelmente humana"

Bispos dos EUA se opuseram aos esforços de deportação em larga escala, que, segundo Madden, são simplesmente uma aplicação das leis federais.

Madden disse que o presidente do país, Donald Trump, ofereceu a oportunidade de autodeportação, o que permitirá que uma pessoa deixe o país sem passar pelo processo de deportação, fornecerá a ela um auxílio financeiro e permitirá que ela busque um caminho legal para voltar aos EUA, se assim desejar.

Ele disse que essa política é "incrivelmente humana" e concede clemência às pessoas que estão no país ilegalmente.

“Esta administração se preocupa profundamente com a dignidade humana intrínseca de todos com quem entra em contato”, disse Madden. “Seja você um cidadão, seja alguém sob nossa custódia que está sendo deportado do país, você tem essa dignidade… [e] esse valor simplesmente por ter sido feito à imagem de Deus, e esta administração respeita e defende isso”.

O papa Leão XIV falou sobre deportações e fiscalização da imigração nos EUA.

Ontem (18), o papa exortou os americanos a ouvirem a mensagem da USCCB e disse que muitos migrantes sem status legal "estão vivendo boas vidas, e muitos deles há 10, 15, 20 anos" e que o governo não deveria "tratá-los de uma maneira extremamente desrespeitosa".

Em sua exortação papal divulgada no mês passado, Dilexi te, Leão XIV disse que os Padres da Igreja disseram “que o Evangelho só é proclamado corretamente quando nos impele a tocar a carne dos mais pequeninos entre nós, e advertindo que o rigor doutrinal sem misericórdia é conversa fiada”.

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