17 de dezembro de 2025 Doar
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Santa Sé confirma renúncia de bispo francês por conduta inadequada com mulheres

O então bispo de Verdun, Jean-Paul Gusching, fala ao telefone antes do discurso de encerramento no último dia da Conferência Espicopal Francesa, em Lourdes, sudoeste da França, em 8 de novembro de 2022. | CHARLY TRIBALLEAU/AFP via Getty Images

A Santa Sé disse que a renúncia do bispo Jean-Paul Gusching, ex-bispo de Verdun, no leste da França, foi motivada por relatos de relacionamentos impróprios com mulheres, e não só por problemas de saúde, como inicialmente declarado no fim de setembro.

Em comunicado divulgado na última terça-feira (4), a nunciatura apostólica na França disse ter recebido “informações sobre relacionamentos com mulheres por parte do bispo Jean-Paul Gusching, então bispo de Verdun”, que foram encaminhadas ao Dicastério para os Bispos em Roma.

Segundo o comunicado, apesar das “negações persistentes” do bispo e da natureza “fragmentária e contraditória” dos relatos, ele prometeu ao dicastério “evitar no futuro qualquer comportamento em relação às mulheres que possa ser interpretado como contrário aos seus compromissos sacerdotais”.

Contudo, “dada a persistência da situação”, o papa Leão XIV pediu e aceitou a renúncia de Gusching, que entrou em vigor em 27 de setembro. A nunciatura disse que “os motivos de saúde invocados publicamente pelo bispo são só um elemento entre outros” que levaram à decisão do papa de aceitar a renúncia.

Como medida de precaução, a Santa Sé impôs a Gusching "uma vida de reclusão num local situado fora da sua diocese de origem, Amiens, e da de Verdun" e instruiu-o a "abster-se de quaisquer celebrações litúrgicas e atividades pastorais públicas".

Foi aberta uma investigação canônica preliminar, confiada ao bispo emérito de Pontoise, Stanislas Lalanne, auxiliado pelo arcebispo Philippe Ballot, metropolita de Metz e administrador apostólico de Verdun.

A nunciatura também confirmou que um relatório foi submetido às autoridades civis.

Numa mensagem ao clero e aos fiéis de Verdun, Ballot expressou "sua proximidade e apoio a todos aqueles que serão legitimamente afetados por essa informação", enfatizando o dever da Igreja de agir com transparência.

“Fazer a obra da verdade é necessário para manter a confiança habitual entre os fiéis de Cristo e aqueles que receberam a missão de serem os pastores deles”, escreveu ele.

Gusching, de 70 anos de idade, havia anunciado sua renúncia no fim de setembro, citando "uma situação preocupante que exigia cuidados médicos adequados". Naquela ocasião, nenhuma menção foi feita a medidas disciplinares.

A declaração da nunciatura apostólica confirma que a renúncia foi, de fato, solicitada pela Santa Sé em decorrência de preocupações contínuas sobre a conduta do bispo.

“Fiel à tradição recebida, a Igreja recorda que os sacerdotes — e, portanto, os bispos em primeiro lugar — são chamados a viver em conformidade com os compromissos assumidos no momento de sua ordenação”, escreveu Ballot em sua carta pastoral, emitida de Lourdes, onde membros da Conferência Episcopal Francesa (CEF) estão reunidos para a sua assembleia plenária de outono.

O caso surge num momento delicado para a CEF, que se comprometeu a abordar as questões de responsabilização do clero com maior transparência, particularmente desde a publicação do relatório de 2021 sobre abuso sexual na Igreja.

A Igreja na França, há muito criticada por lidar com essas questões de modo discreto, criou em 2022 o primeiro Tribunal Penal Canônico Nacional do mundo para lidar com ofensas canônicas.

Gusching disse ao jornal regional L'Est Républicain que teve um relacionamento de sete anos, de 2015 a 2022, que disse ter sido consensual e com "uma mulher maior de idade".

Dizendo que “não se orgulha disso” e que já se retratou perante a Santa Sé sobre isso. Ele, no entanto, disse que o modo como Roma lidou com o caso foi “repugnante” e que “eles querem a cabeça” dele, falando de “inveja” dele nesse caso.

O inquérito canônico continua em andamento, e as autoridades da Igreja se recusaram a fazer mais comentários “para preservar a serenidade do processo judicial e em respeito à presunção de inocência”, disse a nunciatura.

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