5 de dezembro de 2025 Doar
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São Bartolo Longo é exemplo para quem tem problemas de saúde mental, diz padre

Tapeçaria de são Bartolo Longo, no Vaticano, em 2025. | Courtney Mares/CNA

São Bartolo Longo — um ex-"sacerdote" satanista cuja notável conversão o levou a criar um santuário para Nossa Senhora do Rosário e espalhar a devoção à oração — foi canonizado pelo papa Leão XIV em 19 de outubro.

Além de seu exemplo de fé e devoção mariana, Bartolo Longo também pode ser um modelo para aqueles que lutam contra problemas de saúde mental, disse o padre dominicano Joseph-Anthony Kress à EWTN News.

Kress, promotor do rosário na ordem dominicana, disse que Longo "continuou a lutar contra problemas de saúde mental e continuou a lutar contra ideações suicidas mesmo depois de sua conversão".

“Como padre, tenho visto muitas pessoas que pensam que, depois da conversão... a saúde mental não deveria mais ser um problema”, disse o dominicano. “Mas [Bartolo Longo] é um grande testemunho para alguém que luta contra isso”.

Nascido numa família católica romana devota, Longo abandonou a fé enquanto estudava Direito em Nápoles, Itália, na década de 1860 — período em que a Igreja na Itália enfrentou a oposição de um movimento nacionalista que lutava pela unificação italiana. A maioria dos principais líderes do movimento "Unificação" eram maçons com fortes ideias anticatólicas.

A Igreja também lutava contra a crescente popularidade do ocultismo, que tinha uma forte presença em Nápoles na época.

O próprio Longo se envolveu com um culto satanista e disse ter sido “ordenado” “sacerdote” satanista.

Entretanto, depois de Longo lutar por vários anos contra ansiedade e depressão, inclusive contra pensamentos suicidas, um professor universitário de sua cidade natal, Vincenzo Pepe, o incentivou a abandonar o satanismo e o apresentou ao seu futuro confessor, o padre dominicano Alberto Radente.

Sob a orientação de Radente, Pepe, da freira (e agora santa) Caterina Volpicelli e da dama que mais tarde se tornou sua mulher, a condessa Marianna Farnararo De Fusco, Longo voltou à sua fé católica.

Um momento decisivo na reversão de Longo ocorreu em outubro de 1872, segundo o arcebispo de Pompeia, Itália, Tommaso Caputo.

“Longo chegou a Pompeia para cuidar dos bens da condessa [De Fusco] e, caminhando por aquelas ruas — perigosas devido à presença de bandidos e à malária — sentiu uma inspiração interior: Se buscas a salvação, espalha o terço. É a promessa de Maria. Quem espalha o terço é salvo! Naquele dia, o jovem advogado prometeu a si mesmo que nunca deixaria aquele vale [de Pompeia] sem antes espalhar a oração do terço”, disse Caputo à ACI Stampa, agência de notícias em italiano da EWTN.

“Tudo começou naquele dia”, disse o arcebispo. “Longo começou catequizando os camponeses; depois, reformou a pequena igreja paroquial do Santíssimo Salvador e, a conselho do bispo Giuseppe Formisano, de Nola, Itália, decidiu construir uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário — a igreja tornou-se o santuário de Nossa Senhora de Pompeia”.

Kress disse que, apesar de se afastar do ocultismo, Longo continuou tendo dificuldades com sua saúde mental: sempre que estava "à beira do desespero, lembrava-se da promessa de Nossa Senhora a são Domingos de que qualquer um que promovesse o rosário seria salvo. E assim foram as promessas que lhe deram esperança suficiente para perseverar naqueles momentos sombrios".

Depois de sua conversão, Longo "começou a voltar aos mesmos lugares onde havia participado dessas atividades ocultas", disse Kress. "E agora, estando firmemente enraizado em sua fé e devoção à Mãe Santíssima, ele... se levantava nessas práticas ocultas, sessões espíritas e coisas do tipo, e se levantava com um rosário na mão, reivindicava esses momentos para a Mãe Santíssima e encorajava todos os participantes a rejeitarem seu passado, seus costumes e se voltarem para a Mãe Santíssima em busca de proteção e felicidade".

Longo, que se tornou um dominicano da Terceira Ordem em 1871, “é altamente relevante hoje, porque depois de sua conversão, ele viveu sua vida profundamente enraizado no Evangelho”, disse Caputo.

Três anos depois de receber a inspiração divina para espalhar a devoção ao rosário, Longo recebeu a imagem de Nossa Senhora do Rosário, que se tornou a peça central do santuário católico em Pompeia.

A imagem "era uma tela gasta e surrada”.

“Chegou a Pompeia em uma humilde carroça de esterco, mas, segundo o homem que hoje reconhecemos como um apóstolo do rosário, que ficou imediatamente desanimado com o estado do ícone, ele se tornava mais bonito a cada dia", disse Caputo.

O arcebispo de Pompeia falou sobre as muitas obras evangélicas e de caridade feitas na cidade por Longo e sua mulher, como a fundação de um orfanato para meninas e instituições para filhos de prisioneiros.

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“Ao redor do santuário, cuja primeira pedra foi lançada em 8 de maio de 1876 e consagrado em 1891, surgiram ruas, praças, serviços, uma linha de bonde, a estação ferroviária, os correios e casas de trabalhadores”, disse Caputo. “Longo fez muito, mas sempre se considerou, evangelicamente, um servo inútil. Para ele, tudo era obra de Nossa Senhora do Rosário e de sua poderosa intercessão”.

“Na raiz de cada conquista, na base do trabalho em Pompéia, estava sempre o santo rosário, uma síntese maravilhosa do Evangelho, contemplação do rosto de Cristo Salvador através dos olhos da Mãe celestial”, disse o arcebispo de Pompeia.

Longo morreu em Pompeia em 1926. Suas últimas palavras foram: “Meu único desejo é ver Maria, que me salvou e que me salvará das garras de satanás”.

“Ainda hoje, em Pompeia, tudo nos lembra seu nome e seus ensinamentos”, disse Caputo.

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