Oct 27, 2025 / 11:52 am
O papa Leão XIV apresentou a sinodalidade como um caminho para avançar em direção à “plena comunhão” entre a Igreja Assíria do Oriente e do Ocidente, em audiência concedida hoje (27) no Vaticano a Sua Santidade Mar Awa III, Catholicos-patriarca da Igreja Assíria do Oriente.
O encontro ocorreu hoje no Palácio Apostólico, no Vaticano, e teve a presença de membros da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais.
A Igreja Assíria do Oriente é uma das igrejas cristãs mais antigas, datando do século I d.C. e originando-se das primeiras comunidades cristãs estabelecidas na Mesopotâmia (região onde hoje fica o Irã, o Iraque, a Síria e o Kuwait).
No início de seu discurso, o papa deu as boas-vindas a Sua Santidade Mar Awa III, a quem se referiu como "um amado irmão em Cristo". Leão XIV também enfatizou que tais encontros testemunham "que o encontro fraterno e o diálogo teológico são elementos mutuamente constitutivos na jornada rumo à unidade".
O papa centrou a reflexão dele nessa unidade, que se fortaleceu ao longo do tempo, seguindo "o mandato e a metodologia estabelecidos por nossos predecessores", especialmente a partir da Declaração Conjunta de 1994, assinada pelo papa são João Paulo II e Sua Santidade Mar Dinkha IV.
Leão XIV disse que, depois de chegar a um acordo sobre a fé cristológica, resolvendo assim uma controvérsia de 1,5 mil anos, “nosso diálogo avançou com o reconhecimento mútuo dos sacramentos, tornando possível uma certa communicatio in sacris entre as nossas Igrejas”.
A controvérsia sobre a qual o papa falou refere-se à divisão entre a Igreja Assíria do Oriente e o resto do cristianismo depois do Concílio de Éfeso em 431 d.C., a respeito da formulação correta do mistério de Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Visando o diálogo, Leão XIV disse que o principal desafio do diálogo ecumênico é desenvolver em conjunto um modelo de plena comunhão, "inspirado no primeiro milênio, respondendo com discernimento aos desafios do nosso tempo".
Esse modelo, disse ele, "não deve implicar absorção ou dominação; ao contrário, deve promover a troca de dons entre nossas Igrejas, recebidos do Espírito Santo para a edificação do Corpo de Cristo".
Neste contexto, o papa destacou que a sinodalidade se apresenta como um “caminho promissor” para alcançar a plena comunhão, falando sobre a dimensão ecumênica da sinodalidade, conforme expressa pelo papa Francisco no documento final do recente Sínodo da Sinodalidade.
“No espírito daquele Sínodo”, disse Leão XIV, “espero sinceramente que o 1.700º aniversário do Concílio de Niceia nos leve a pôr em prática modos de sinodalidade entre os cristãos de todas as tradições e nos inspire com novas práticas sinodais ecumênicas”.
Por fim, ele disse ter esperança de que os cristãos no Oriente Médio possam sempre dar testemunho fiel de Cristo ressuscitado, “e que o nosso diálogo apresse a chegada do dia abençoado em que celebraremos juntos no mesmo altar, participando do mesmo Corpo e Sangue do nosso Salvador, para que o mundo creia”.
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