Sep 18, 2025 / 12:59 pm
Desde o início de setembro, as freiras agostinianas Bernadette, de 88 anos, Regina, de 86, e Rita, de 81, estão de volta ao convento no qual sempre viveram em Goldenstein, perto de Salzburgo, na Áustria, segundo a empresa de comunicação do Reino Unido, BBC. Elas deixaram o lar de idosos da Cáritas para o qual haviam sido mandadas e, com a ajuda de um chaveiro, voltaram. Agora, elas se recusam a voltar para o lar de idosos, e até cancelaram oficialmente a inscrição delas no centro geriátrico.
Segundo as disposições da instrução Cor orans, do dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica aprovado pelo papa Francisco em 2018, comunidades com menos de cinco irmãs não podem mais eleger sua própria superiora. Já em 2022, as três freiras foram obrigadas, por ordem da Santa Sé, a transferir o convento de Goldenstein em partes iguais para a arquidiocese de Salzburgo e a abadia de Reichersberg.
O contrato de transferência garantiu às freiras o direito de residência vitalício, "enquanto for justificável do ponto de vista da saúde e da vida espiritual". Depois de várias hospitalizações das freiras, o reitor de Reichersberg, Markus Grasl, ordenou a transferência das três freiras para o lar de idosos Schloss Kahlsperg, em Hallein, em dezembro de 2023.
O reitor Grasl justificou a decisão alegando que uma vida independente em Goldenstein já não era sustentável por causa da idade e da saúde das religiosas, além das exigências da vida comunitária e das condições do edifício.
As três freiras negaram. Sentiram-se "transportadas" e expulsas contra a vontade do lar em que viveram por décadas.
As freiras também acusaram o reitor Grasl de forçá-las a assinar o contrato sem informá-las adequadamente sobre seus termos. Elas também reclamaram que aproximadamente € 50 mil em dinheiro haviam desaparecido e que elas não tinham mais acesso às suas próprias contas.
“Durante vários anos, foram mantidas intensas conversas com as irmãs, nas quais também participou a Arquidiocese de Salzburgo, para considerar e planejar o futuro do mosteiro”, disse o reitor Grasl. “Uma das maiores preocupações das irmãs era a continuidade da escola secundária local. Esse desejo foi atendido. A transferência para a casa de repouso tornou-se inevitável devido à situação precária”.
A arquidiocese de Salzburgo e a abadia de Reichersberg disseram conjuntamente que todas as decisões foram tomadas em coordenação com as próprias irmãs, o vigário episcopal responsável pelas religiosas e a superiora das freiras agostinianas.
Cerca de 30 ex-alunos e outros apoiadores ajudaram as freiras a voltar ao convento e agora estão fornecendo alimentação, assistência médica e apoio na comunicação. As freiras agora têm eletricidade e água novamente na maioria dos cômodos.
As três freiras usam habilmente os meios de comunicação modernos para sua causa. No Instagram, com a conta nonnen goldenstein, elas já têm cerca de 37 mil seguidores e publicam vídeos delas comendo, rezando e limpando juntas.
"Há um certo sentimento de impotência", disse o porta-voz do reitor Grasl. “O reitor continua pedindo que as irmãs voltem para o lar de idosos, onde receberão cuidados integrais, terão enfermaria e assistência médica da mais alta qualidade".
A superiora da Federação das Canonesas de Santo Agostinho na Alemanha, irmã Beate Brandt, condenou a desobediência das freiras de Goldenstein: "Não posso tolerar isso".
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