5 de dezembro de 2025 Doar
Um serviço da EWTN News

A nova equipe inter-religiosa da Santa Sé se reunirá com o patriarca russo e o principal imã no Cazaquistão.

Sede do 8º Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais | Crédito: Centro N. Nazarbayev para o Desenvolvimento do Diálogo Inter-religioso e Intercivilizacional.

Líderes religiosos da China, Rússia, Oriente Médio e Vaticano se reunirão em Astana, Cazaquistão, nos dias 17 e 18 de setembro para o 8º Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais.

O congresso deste ano tem como tema "Diálogo Inter-religioso: Sinergia para o Futuro".

O congresso é convocado pelo governo do Cazaquistão, sob o patrocínio do presidente Kassym-Jomart Tokayev, que fará a abertura oficial do encontro. Os organizadores também esperam que o papa Leão XIV envie uma mensagem especial, seguindo a tradição de apoio ao congresso.

O congresso será o primeiro grande evento inter-religioso sob o pontificado de Leão XIV e a estreia de uma delegação papal inteiramente nova. O cardeal George Jacob Koovakad, recém-nomeado prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, fará um discurso de abertura na sessão plenária e lerá a declaração final na cerimônia de encerramento.

Ele estará acompanhado pelo padre Laurent Basanese, SJ, secretário para as Relações Religiosas com os Muçulmanos. O jesuíta francês, conhecido por sua experiência no diálogo cristão-muçulmano, contribuirá para um grupo de trabalho, participará da reunião da secretaria e discursará no Fórum de Jovens Líderes Religiosos.

O congresso, “desde a sua fundação, tornou-se um espaço privilegiado para a promoção da paz e da compreensão mútua entre religiões e culturas”, disse Basanese à CNA, agência de notícias em inglês da EWTN.

A delegação da Santa Sé também inclui o padre Vincenzo Marinelli, núncio apostólico adjunto no Cazaquistão, e o professor Tiziano Onesti, presidente do hospital pediátrico Bambino Gesù do Vaticano, que conduzirá as discussões sobre a cooperação médica com instituições cazaques.

Uma novidade deste ano é a participação da Ordem Soberana de Malta. Representando a ordem estará Pasquale Ferrara, assessor diplomático do conselho consultivo da ordem, que participará do congresso em 18 de setembro.

Uma das figuras mais aguardadas em Astana é o patriarca Kirill de Moscou, cuja participação foi oficialmente confirmada. Sua última participação no congresso foi em 2012. Sua presença levanta a possibilidade de um encontro de alto nível entre o Vaticano e Moscou desde a guerra na Ucrânia.

No início deste verão, o papa Leão recebeu o metropolita Antonio de Volokolamsk em Roma, e o metropolita Antonio voltou à Cidade Eterna ontem (14) para uma comemoração ecumênica dos novos mártires na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

Quatro dias depois, o patriarca Kirill celebrará um culto de oração na catedral da Assunção, em Astana, pelos novos mártires e confessores do Cazaquistão. As duas comemorações, uma em Roma e outra em Astana, destacam como a memória do martírio cristão proporciona um espaço comum para o diálogo.

Outro participante de destaque é Ahmed al-Tayeb, grão-imã de Al-Azhar. Em 2019, ele co-assinou o documento sobre fraternidade humana com o papa Francisco em Abu Dhabi, que inspirou as Nações Unidas a instituir o dia 4 de fevereiro como o Dia Internacional da Fraternidade Humana poucos dias antes do congresso.

Roma sediou o Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana nos dias 12 e 13 de setembro, no qual o papa Leão XIV saudou os participantes na sexta-feira (12).

Basanese disse à CNA que, para ele, o encontro em Astana é mais do que simbólico: "O diálogo inter-religioso, que muitas vezes exige uma paciência inesgotável, não pode ser reduzido a um consenso superficial ou a uma estéril 'diplomacia do sorriso'. Na realidade, é fundamental para a missão da Igreja. Em 2025, comemoramos o 60º aniversário da Nostra Aetate, que afirmou que a Igreja ‘não rejeita nada do que é verdadeiro e santo nessas religiões’. O diálogo não significa renunciar à verdade, mas dar testemunho com respeito, escuta e caridade”.

O congresso foi convocado pela primeira vez em 2003 por iniciativa do primeiro presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, inspirado pelo encontro inter-religioso em Assis em 1986 e reforçado pela visita do papa João Paulo II ao Cazaquistão em 2001. Desde então, tem acontecido a cada três anos em Astana, reunindo líderes das principais religiões para promover a paz e o entendimento mútuo. A Santa Sé esteve envolvida desde o início, e o próprio papa Francisco participou do congresso anterior, em 2022.

As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada

Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.

Suscribirme al boletín

Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!

Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.

Doar