Aug 26, 2025 / 15:44 pm
“A família, o matrimônio bem vivido, com filhos educados para as virtudes são o contraponto para a cultura da morte”, disse Eduardo Rivelly, coordenador da Missão Maria de Nazaré. A comunidade de leigos fundada em 2005 em Divinópolis (MG) para propagar a cultura da vida através da formação das famílias, promoveu no último fim de semana (23 e 24), com o apoio da arquidiocese de São Paulo, o congresso internacional Amor Humano no Plano Divino sobre a Teologia do Corpo, do papa são João Paulo.
De 1979 a 1984, são João Paulo II usou a audiência geral das quartas-feiras para uma catequese sobre o corpo humano.
Em quatro ciclos, o papa começou pela exegese dos primeiros capítulos do livro do Gênesis, e terminou com a análise da Humanae Vitae de Paulo VI, para uma análise da corporeidade do ser humano e do matrimônio.
O escritor americano Christopher West, um dos mais importantes especialistas do mundo em teologia do corpo, disse no congresso que são João Paulo II ressaltou a sacralidade do corpo humano e, consequentemente, do amor humano. West aponta que a cultura contemporânea desvirtua essa realidade, rebaixando o que é divino em algo meramente carnal.
Para West, a teologia do corpo resgata a beleza e a sacralidade do amor humano, integrando-o na pessoa de Cristo. Ele diz que muitas pessoas, hoje, poderiam ser comparadas à samaritana que encontrou Jesus à beira do poço.
“Antes daquele encontro, ela havia tido seis maridos. O número seis representa a imperfeição”, disse West à ACI Digital. “Antes de se encontrar com aquele que oferece a água viva, aquela mulher havia procurado matar a sua sede em cisternas vazias. Até que ela se encontra com o sétimo noivo e o sete é o número da perfeição que é Jesus”.
O escritor acredita que sem essa água viva que mata a sede de amor que os seres humanos têm, busca-se saciá-la com água salobra, com a qual nos acostumamos, mas que leva à morte.
São João Paulo II dizia que o corpo masculino foi sacralizado quando o Filho de Deus se encarnou; da mesma forma, o corpo feminino foi sacralizado quando Deus quis utilizar o útero de Maria para que Jesus fosse concebido, disse o escritor americano. A complementariedade e as diferenças entre o masculino e o feminino devem ser reconhecidas e valorizadas, ao contrário da uniformização proposta pela sociedade.
Semear a Cultura da Vida
Segundo Rivelly, o objetivo do seminário não foi ensinar a teologia do corpo porque seria impossível esgotar o assunto em dois dias.
A ideia foi semear nos casais e jovens o desejo de estudar mais, conhecer mais e aprofundar o conceito. Para ele, a antropologia desenvolvida na teologia do corpo “traz respostas sobre quem somos e para que estamos no mundo. Somos imagens e semelhança de Deus e estamos aqui para amar. Ela traz respostas para os dramas que estão no coração do ser humano”.
O mundo sexualizado, em que o prazer se tornou o centro das relações, gera, ao final, o vazio existencial. “A teologia do corpo procura trazer sentido para os casais”, disse Rivelly. “O papa não usava o ‘não’, mas o ‘por quê’ da nossa sexualidade: por que queremos amar e desejamos ser amados?”.
Matrimônio como Obra de Deus
“Muitos se casam pensando que, caso o relacionamento não dê certo, basta tentar outra vez, com outra pessoa”, disse o bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, dom Carlos Lema Garcia, que participou do Congresso. “Nesse cenário, eventos como este têm a finalidade de dar uma formação sólida e bem fundamentada não só na teoria, mas na prática, sobre a profundidade do amor humano, inclusive para os jovens”.
Para são João Paulo II, antes de tudo o matrimônio é uma obra de Deus, “que criou o homem e a mulher e lhes deu a missão sublime de serem seus colaboradores na transmissão da vida”, disse dom Carlos Lema.
O casal Vinícius e Laila Souza busca viver a teologia do corpo no próprio matrimônio e percebem que o amor ganha nova dimensão. “Passamos a viver e testemunhar um amor que é livre, total, fiel e fecundo, tal como o amor de Cristo por sua Igreja”, diz Vinícius, um dos palestrantes no Congresso.
Para Laila, o congresso é importante por reunir casais que, depois, deverão propagar a teologia do corpo, ainda pouco conhecida no Brasil. O casal faz parte do Centro de Estudos Imago Dei (Instagram @imagodeitdc), apostolado que dissemina o tema. “Queremos tornar cada vez mais acessível os ensinamentos de são João Paulo II sobre o amor humano através de literatura, retiros e outros eventos”, disse Laila.
Cristopher West concorda: “Devemos descobrir a importância e urgência de aprender, viver e compartilhar os fundamentos da teologia do corpo como sinal profético para o mundo atual, que precisa redescobrir a beleza de viver a masculinidade e a feminilidade em plenitude”.
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