5 de dezembro de 2025 Doar
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Uruguai celebra 200 anos de Nossa Senhora dos Trinta e Três

Nossa Senhora dos Trinta e Três. | Igreja Católica em Montevidéu (ICM)

Com uma missa celebrada pelo arcebispo de Montevidéu e primaz do Uruguai, cardeal Daniel Sturla, em 15 de agosto, solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, o país deu início às celebrações do 200º aniversário de sua padroeira, Nossa Senhora dos Trinta e Três.

Por que é chamada de Virgem dos Trinta e Três?

Duzentos anos atrás, o povo de Florida começou a chamar a imagem da Virgem venerada na paróquia da vila de "Virgencita de los Treinta y Tres" (Pequena Virgem dos Trinta e Três).

Isso porque em 14 de junho de 1825, o governo provisório havia sido estabelecido na vila, e em 25 de agosto daquele ano, a câmara de representantes liderada pelo padre Larrobla havia proclamado a independência desse território de todo poder estrangeiro, como consequência do desembarque na praia de Agraciada dos trinta e três homens que foram libertar a pátria de forças brasileiras e argentinas e juraram liberdade ou morte.

A tradição diz que tanto o governo provisório quanto a câmara dos representantes depositaram seus anseios por liberdade sob a proteção de Deus e aos pés da imagem da Virgem, uma pequena escultura de madeira feita pelo povo Guarani. Por essa razão, as pessoas espontaneamente começaram a chamá-la de Virgem dos Trinta e Três.

A solenidade de Nossa Senhora dos Trinta e Três é celebrada em 8 de novembro, e a peregrinação nacional acontece no segundo domingo de novembro, reunindo peregrinos de todo o Uruguai junto com seus bispos.

Festa do bicentenário

Em honra a Nossa Senhora, a Igreja local propôs uma campanha com várias ações dedicadas a celebrar, agradecer a proteção de Nossa Senhora e relembrar os 200 anos de devoção.

Na missa, celebrada na catedral Metropolitana da Imaculada Conceição e dos Santos Filipe e Tiago, o cardeal Sturla disse que a festa da Assunção de Nossa Senhora reflete “a certeza na fé” de que ela “nos abriu o mesmo caminho que seu Filho ressuscitado nos abriu”, e que também os fiéis estão destinados a viver, pela misericórdia de Deus.

“A Virgem é nossa auxiliadora, e ela também veio à nossa terra. Nós a invocamos como a Virgem dos Trinta e Três há duzentos anos, mas 300 anos antes — isto é, 500 anos atrás — quando Juan Díaz de Solís chegou a este território, o primeiro nome que ele deu a um cabo foi cabo de Santa María. Portanto, desde 1516, o nome de Maria está em nossa história”, disse ele.

Revendo a história, o cardeal destacou o papel das missões franciscanas e jesuítas que contribuíram para a difusão da devoção a Nossa Senhora.

Em seguida, Sturla falou sobre a origem e a permanência da devoção a Nossa Senhora dos Trinta e Três, um episódio da guerra entre Uruguai, Argentina e Brasil que consolidou a independência do Uruguai.

“Quando, em 14 de junho de 1825, [Juan Antonio] Lavalleja inaugurou o governo provisório desta província oriental, chamada então Cisplatina pelos invasores, a tradição, que também está ligada à de 25 de agosto, é que os patriotas colocaram a pátria nascente sob a proteção da Virgem e cantaram o Te Deum a Deus, para dar graças por aquele território que se declarou independente”.

“O povo de Florida, espontaneamente, começou a invocá-la — relacionando os eventos que ocorreram na vila de Florida com essa imagem trabalhada por mãos indígenas em cedro paraguaio — Virgem dos Trinta e Três”, disse o arcebispo.

“Esse nome foi crescendo na consciência dos uruguaios até que, em 1961, o bispo de Florida pediu ao papa João XXIII que procedesse à coroação papal”, resumiu ele.

Por ocasião do bicentenário de Nossa Senhora dos Trinta e Três, serão feitas várias atividades e gestos para renovar o amor e a devoção a essa imagem tão querida entre os uruguaios.

83 dias de peregrinação pelas paróquias

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A missa de 15 de agosto foi o ponto de partida para a peregrinação da imagem de Nossa Senhora pelas comunidades paroquiais.

Uma réplica exata da padroeira do Uruguai ficará em cada comunidade paroquial de Montevidéu por um dia inteiro. Isso significa que serão 83 dias de peregrinação, uma para cada paróquia da arquidiocese.

O percurso, que começou na igreja matriz, continua pelas demais paróquias da zona pastoral de San Mateo e em 23 de agosto chegará à paróquia de San Carlos Borromeo, para percorrer a área de San Mateo Norte.

Em 4 de setembro, a imagem chegará à área de San Lucas, em 17 de setembro em San Lucas Este, em 28 de setembro em San Marcos Este, em 7 de outubro em San Marcos, em 19 de outubro em San Juan e, por fim, em 30 de outubro, em San Juan Norte.

Materiais, gestos e atividades culturais

Entre os materiais já abençoados pelo cardeal Sturla e distribuídos aos fiéis estão folhetos informativos sobre a devoção; adesivos para o 200º aniversário de Nossa Senhora dos Trinta e Três; a oração do Ângelus; e a "Ave Maria da Porta".

A placa Ave Maria da Porta é uma chapa de metal de 5 x 5 cm, com a expressão "Ave Maria", que pode ser colada em qualquer superfície, principalmente em portas de casas.

A ideia é que, ao marcar as portas com este símbolo, o amor por Nossa Senhora se torne visível e sirva como um testemunho da fé daquele lar, além de ser um sinal da proteção da Virgem sobre aqueles que ali vivem. As placas de porta "Ave Maria" serão distribuídas à medida que a imagem da Virgem percorre os diferentes espaços.

No âmbito do bicentenário, inaugurou-se ontem (20), às 16h, no Café Literário LEA a exposição Nossas Primeiras Imagens no Uruguai, sobre as primeiras imagens religiosas que chegaram ao Uruguai.

Também ontem, às 19h, ocorreu a apresentação do livro A Virgem dos Trinta e Três. Oração, História, Presença e Reflexões, do bispo emérito de Canelones, Uruguai, Alberto Sanguinetti Montero, com a presença do padre Fabián Silveira, de Sylvia Puentes de Oyenard e de Horacio Ponce de León.

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