Jul 30, 2025 / 12:38 pm
“Ser católico é viver a Verdade, porque a verdade é que a Igreja Católica é a Igreja de Jesus”, disse à ACI Digital Sara de Azevedo. Ex-protestante, a microempresária de 28 anos e o marido Lucas José Gonçalves, 32 anos, ambos de Petrópolis (RJ), se converteram ao catolicismo depois de um período de estudo. “As pessoas têm sede de buscar Deus e, quando se busca de fato a verdade, você vai chegar a uma só”, acrescentou Sara.
A Igreja Católica “é a Igreja dos santos, a Igreja de todos os doutores da fé, de toda essa história tão cheia de vida e de verdade. Católico é ser verdade, é ser segundo o coração de Deus, realmente. Porque fora da Igreja Católica não tem salvação”, disse Sara. “É aqui que temos a Eucaristia, é aqui que temos os sacramentos que nos ajudam a ter tanta graça em nossas vidas”.
Raízes protestantes
Sara nasceu em uma família protestante. “Meu avô é fundador de uma igreja batista e essa igreja já tem mais de 50 anos”, contou. Seu marido também tem parentes protestantes, como a avó e a mãe. Mas, ele não participava tanto da igreja como Sara.
Depois que começaram a namorar, “Lucas começou com uns questionamentos muito importantes sobre a fé”, disse Sara, que decidiu estudar mais para ensiná-lo. “Desde lá, fomos encontrando algumas coisas que não batiam muito bem com o que era ensinado na igreja, porque olhávamos para a Bíblia e parecia que estava falando uma coisa e, na igreja, falando outra sobre o mesmo assunto”, disse Sara. Isso os “incomodava muito”, mas achavam que não sabiam direito. “O pastor sabia melhor do que nós”, pensavam.
Sara e Lucas se casaram em 2020. Depois de casados, foram para “uma igreja batista dessas reformadas, dessas protestantes mais modernas, mais liberais, digamos assim”.
“Ali, algumas pessoas começaram a falar que tínhamos que nos batizar de novo, para renovar a fé”, contou. “Isso não entrava na minha cabeça, porque batismo é um só. Eu falava isso e as pessoas tentando deturpar o que estava escrito na Bíblia”, disse.
Santo Agostinho e o processo de conversão
Mesmo divergindo de alguns ensinamentos de sua igreja, Sara e Lucas seguiram sua caminhada como protestantes. Enquanto isso, Lucas começou a estudar Filosofia e, “nesse caminho, ele encontrou Aristóteles e foi seguindo até que encontrou santo Tomás de Aquino e santo Agostinho”.
“Ele começou a estudar e eu comecei a me interessar um pouco”, disse Sara. “Mas, ao mesmo tempo, por ter toda essa carga da família, eu ficava negando, falando ‘não, eu estou ficando doida, não é possível’. Eu fui negando durante muito tempo. Mas, com toda essa história, com tudo aquilo que santo Agostinho falava, que todos os santos que a gente começou a estudar estavam falando, não estava mais tendo como eu negar. Então, eu dei uma pausa”.
Nesse período, os dois foram para Sapucaia (RJ) junto com um casal de pastores para abrir uma igreja. Lá, eles atuavam como lideranças, para “ajudar a implementar toda a visão” daquela igreja. Sara implementou um curso “de 12 passos que ajuda a sair de problemas emocionais”, do qual já tinha participado na igreja em Petrópolis.
“Lá, eu fui aprendendo mais sobre a visão da igreja e as coisas iam muito de confronto com algumas coisas que eu já tinha estudado antes na Bíblia sozinha, por exemplo: como mulher pode ser ‘sacerdote’, pode ser pastora?”, disse.
Foi um período em que “santo Agostinho começou a falar muito forte comigo”, disse Sara, ao citar o livro Confissões. “Teve um momento que eu falei assim: como santo Agostinho, um homem tão sério, um homem tão inteligente, tão sábio, pode estar errado em questões tão simples, como acreditar que Maria é virgem para sempre?”.
Sara começou, então, a admitir: “poderia ser, realmente, que eu estive errada mais de 20 anos da minha vida”. Diante disso, Lucas incentivou a que voltassem a estudar e estudassem também a história da Igreja.
“Nesse movimento de ir atrás da história, de olhar para história protestante e olhar para história da Igreja Católica, vimos que a Igreja Católica é recheada de santos, de pessoas que viveram para Deus totalmente, é recheada de muita verdade”, contou.
“Fomos vendo como era lindo, lindo, lindo e não tinha mais como negar, não tinha mais”, disse Sara, admitindo que sua “mente já era toda católica”. Então, mesmo no curso que estava ministrando na igreja protestante, começou a citar mais santos, passar trechos de filmes católicos. “Meio sutil, mas já estava começando a colocar para fora o que estava dentro de mim, porque a Igreja Católica já tinha me cativado muito”.
O casal decidiu, então, falar para o pastor que, assim que Sara terminasse o curso com a turma que tinha começado, eles retornariam para Petrópolis. O pastor perguntou para qual igreja iriam e eles contaram que iriam para a Igreja Católica, porque tinham entendido “que ela é a Igreja de Jesus” e não queriam “estar num lugar diferentes, mas seguir Jesus”.
“Ele começou a indagar várias coisas e eu não sabia que eu tinha estudado tanto para poder responder. Ele ficou tão assustado com o jeito como eu falava, que disse assim: ‘você parece uma católica’”, lembrou Sara.
Por fim, o curso que ela ministrava foi encerrado antes do prazo e o casal retornou para Petrópolis. “Isso já era 2023 e foi tão providencial que voltamos um pouquinho antes da Quaresma”, recordou.
Apesar de decididos a se converter ao catolicismo, o casal ainda tinha a questão familiar
“Eu e o Lucas começamos e rezar muito e o Lucas comprou um terço para mim”, contou Sara, ao destacar que aquele foi “um momento muito impactante” para ela. “Nossa Senhora me cativou naquele momento em que ele me deu o terço e eu comecei a rezar pedindo forças para romper com tudo, com toda a história de nossa família na igreja protestante, forças para contar para meus pais”, disse.
Depois que contaram para a família que estavam se convertendo ao catolicismo, Sara e Lucas decidiram ir pela primeira vez à missa e foram surpreendidos ao descobrirem que a paróquia no bairro onde moram é dedicada a santo Antônio e santo Agostinho. “Na hora, eu falei: ‘nossa, você estava lá intercedendo, só pode. Como pode a nossa paróquia ser de santo Agostinho, o santo que foi o principal para nossa conversão?’. Naquele dia, eu falei: ‘aqui é o meu lugar’”.
O céu na terra
Sara contou, emocionada, como foi a sua primeira missa. Ela e o marido ficaram no fundo da igreja. “Era como se eu pudesse ver o céu na terra”, disse. “Tudo que acontecia, eu via e lembrava o que estava escrito na Palavra de Deus, eu via ali na minha frente e não parava de chorar”, porque já “tinha caído a ficha totalmente sobre o que era a Eucaristia e eu não queria mais ficar sem poder comungar”.
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Naquele dia, eles ouviram o padre dizer ao final da missa que iniciaria uma turma de preparação para Crisma, mas que as inscrições tinham se encerrado.
“Por incrível que pareça, Deus colocou ali naquela missa um diácono que tinha sido meu professor na faculdade e eu tinha o contato dele”, disse Sara. Ela entrou em contato com o diácono e ele conseguiu que o casal fosse aceito na turma de preparação para a Crisma. “Foi tudo Providência”, disse.
Sara e Lucas não precisaram ser batizados porque já eram batizados na igreja batista, batismo aceito pela Igreja Católica. Passado o período de preparação, eles fizeram a profissão pública de fé. “Eu estava emocionada, vendo toda a Igreja nos abraçar, nos acolher de verdade”.
Depois, o casal fez sua primeira confissão. “Eu saí leve como uma pluma da confissão, eu realmente me livrei de toda a culpa que eu tinha e consegui vencer tantas coisas que há muito tempo eu tentava com a minha força e não conseguia”, contou. Em seguida, receberam o sacramento do matrimônio e depois, a Eucaristia.
“A primeira comunhão, para mim, era o mais esperado, eu cheguei à igreja desesperada pela comunhão com Jesus”, disse Sara. Depois de receber a Eucaristia pela primeira vez, Sara disse ter sentido “que tudo o que faltava dentro” dela tinha sido “preenchido naquele dia”.
Por último, foram crismados. “Deus foi muito misericordioso com a gente, porque já estávamos num ponto de entender tudo, entender todos os sacramentos e ter muito desejo de tê-los”.
Atualmente, o casal continua participando na paróquia de Santo Antônio e Santo Agostinho e Sara colabora com as turmas de preparação para o Crisma. “Eu não podia ficar calada com tudo que eu recebi ali na Crisma, com tudo que eu aprendi, o quanto fortaleceu a minha fé, e eu queria passar isso para o próximo”, disse.
Hoje, tudo passa pela nossa fé
Segundo Sara, depois que se converteram ao catolicismo, muita coisa mudou na vida do casal. “Todas as nossas coisas, hoje, passam primeiro pela nossa fé. Cada agir nosso é baseado na nossa fé”, disse.
“É muito diferente e a gente vê no dia a dia”, disse. Uma mudança importante tem sido ver “o céu florido” pelos santos, diz Sara. “Como protestante, acreditávamos que está todo mundo dormindo, que ninguém pode fazer mais nada depois que falece. Mas, agora, sabemos que o céu está florido, cheio de santos para conversarmos, pedirmos a intercessão, aprendermos com a vida deles e nos santificarmos a partir desses exemplos”, disse.
Sara citou também “a graça dos sacramentos”, que “nos dão a força para conseguir vencer”, ou o fato de ter elementos no dia a dia que ajudam a viver a fé, como um crucifixo, imagens, a medalha de são Bento. “Eu olho, lembro e tenho vontade de rezar”, disse, ressaltando que a oração deixou de ser só “mais uma tarefa” do dia.
“Aquela frase é verdadeira: é lindo ser católico”, concluiu.
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