5 de dezembro de 2025 Doar
Um serviço da EWTN News

Hospitais infantis encerram cirurgias de redesignação sexual nos EUA

O Hospital Nacional Infantil em Washington, D.C., anunciou uma mudança esta semana, dizendo que pararia de prescrever drogas de redesignação sexual para menores de idade até 30 de agosto "em vista dos crescentes riscos legais e regulatórios" nos EUA. | Daquella manera/Wikipedia/CC BY 2.0

Vários hospitais infantis nos EUA que fizeram cirurgias de redesignação sexual em menores de idade estão interrompendo os procedimentos em resposta às ações executivas do presidente Donald Trump.

“Redesignação sexual” é o nome que se dá ao conjunto de procedimentos médicos usados para pessoas que se identificam com o sexo oposto. Pode incluir a administração de hormônios que alteram características sexuais secundárias, como quantidade de pelos no corpo e tom de voz, e cirurgias cosméticas para imitar os órgãos sexuais do sexo com que a pessoa passa a se identificar.

Sistemas hospitalares e hospitais individuais na Califórnia; em Nova York; em Washington, D.C., no Colorado, em Illinois, na Pensilvânia e em outros Estados anunciaram mudanças nas últimas semanas. Algumas clínicas de “redesignação sexual” estão fechando.

Uma clínica importante que fez essas operações — o Centro de Saúde e Desenvolvimento Transjuvenil do Hospital Infantil de Los Angeles — fechou na última terça-feira (22). A clínica está enfrentando um processo em andamento movido por uma mulher que se identificava com o sexo oposto e que diz que médicos a apressaram numa transição de gênero hormonal e cirúrgica quando ela tinha 12 anos de idade.

Johanna Olson-Kennedy, diretora médica da clínica, também sofreu investigação no ano passado pela acusação de bloquear a publicação de um estudo financiado por pagadores de impostos porque os resultados não detectaram benefícios para a saúde mental de crianças que recebem drogas de redesignação sexual, segundo o jornal New York Times.

“Apesar desse profundo compromisso de apoiar a comunidade de gênero diversa de Los Angeles, o hospital não teve outro caminho viável a não ser fechar o Centro de Saúde e Desenvolvimento Transjuvenil”, anunciou a clínica antes de seu fechamento.

Na Califórnia, Stanford Medicine e Kaiser Permanente também anunciaram recentemente que suspenderiam todas as cirurgias de redesignação sexual em menores de idade em meio a novas regras federais.

O Hospital Nacional Infantil em Washington, D.C., também anunciou uma mudança esta semana, exibindo uma mensagem em sua página do Programa de Desenvolvimento de Gênero dizendo que pararia de prescrever drogas de redesignação sexual para menores de idade até 30 de agosto "em vista dos crescentes riscos legais e regulatórios".

Na semana passada, a Universidade de Medicina de Chicago publicou uma mensagem em sua página Trans CARE para anunciar o fim imediato de todas as cirurgias e drogas de “redesignação sexual” para crianças "em resposta às contínuas ações federais". A mensagem chamou a decisão de "difícil" e disse também que "essa notícia terá um impacto significativo em nossos pacientes".

Uma grande mudança nas normas de cuidados de saúde

Sistemas de saúde, entre eles hospitais pediátricos, fizeram milhares de operações de redesignação sexual em crianças em todos os EUA nos últimos anos.

Essas intervenções médicas variam de cirurgias para alterar a aparência dos genitais ou do peito do menor de idade, para fazê-lo parecer mais semelhante ao sexo oposto, até drogas bloqueadoras da puberdade e tratamentos hormonais que impedem o desenvolvimento corporal natural que ocorre na puberdade.

O grupo de vigilância médica Do No Harm encontrou cerca de 14 mil casos de médicos facilitando “transições de gênero” em crianças entre 2019 e 2023, com base em reivindicações de seguros disponíveis publicamente.

O conjunto de dados — que encontrou cerca de 5,75 mil cirurgias — está incompleto porque não leva em conta pacientes sem seguro, o que leva os pesquisadores a acreditarem que o número é maior.

Em janeiro, Trump assinou um decreto para proibir hospitais que recebem reembolsos do Medicare e do Medicaid de fazer operações de “redesignação sexual” ou dar drogas de “redesignação sexual” a qualquer pessoa com menos de 19 anos de idade.

As mudanças nas políticas dos sistemas de saúde e hospitais ocorrem num momento em que o governo federal dos EUA reforçou as medidas de fiscalização contra prestadores de serviços de saúde que ainda não se adequaram a essas regras. As regras têm sido alvo de ações judiciais por parte de organizações LGBT.

Mary Rice Hasson, diretora do Projeto Pessoa e Identidade do Centro de Ética e Políticas Públicas, disse à CNA que a mudança de política entre os hospitais é uma "boa notícia". Ela pediu ao Congresso dos EUA para suspender permanentemente esses programas por meio de legislação.

“Cerca de uma dúzia de programas de gênero baseados em hospitais fecharam seus serviços prejudiciais de rejeição sexual para crianças e adolescentes”, disse Hasson. “Crianças que teriam sofrido com hormônios e cirurgias de gênero incapacitantes, desfigurantes e esterilizantes serão poupadas — por enquanto”.

Hasson disse, no entanto, que a “má notícia” é que “nenhum desses programas reconheceu os danos causados sob sua supervisão”.

“Eles estão encerrando esses programas por medo de perder verbas federais, mas não repudiaram as práticas bárbaras que se disfarçam de assistência de gênero”, disse também ele. “A maioria desses hospitais está pronta para retomar esses programas se os ventos políticos mudarem para a esquerda”.

O padre Tadeusz Pacholczyk, especialista em ética do National Catholic Bioethics Center (Centro Nacional de Bioética Católica), disse à CNA que práticas recentes desses hospitais em redesignação sexual "violam a dignidade humana ao prejudicar e mutilar as vidas daqueles cuja saúde eles deveriam servir e proteger".

“Embora indivíduos que passaram por cirurgias de redesignação de gênero frequentemente digam, em curto prazo, que estão felizes e que suas cirurgias melhoraram sua sensação de bem-estar, com o passar do tempo, um número crescente deles começa a perceber o alto custo dessa paz tênue e busca a destransição”, disse ele.

As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada

Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.

Suscribirme al boletín

“Infelizmente, em muitas dessas situações, danos corporais permanentes e irreversíveis podem já ter sido causados”, disse também o padre.

Em meio às mudanças de política, Pacholczyk disse que os hospitais agora podem "atender às necessidades reais desses indivíduos com compaixão, direcionando-os para psicoterapia de apoio que busca explorar e abordar quaisquer problemas psiquiátricos subjacentes que possam estar motivando seu desejo de transição de gênero".

“Nosso sexo é um determinante dado por Deus ao nosso ser mais íntimo, não uma qualidade pessoalmente negociável ou redesignado”, disse o padre. “Mesmo que possamos enfrentar dificuldades significativas para aceitar e integrar completamente esse dom extraordinário”.

Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!

Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.

Doar