5 de dezembro de 2025 Doar
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Cerca de 300 mil fiéis vão à romaria pelos 91 anos da morte de padre Cícero em Juazeiro do Norte

Romaria pelos 91 anos da morte de padre Cícero em Juazeiro do Norte. | Crédito: Facebook Mãe das Dores Juazeiro.

A romaria pelos 91 anos da morte do servo de Deus padre Cícero Romão Batista, conhecido na região como Padim Ciço, reuniu cerca de 300 mil fiéis em Juazeiro do Norte (CE), entre os dias 17 e 20 de julho. Vindos de todo o Brasil, os romeiros rezaram pela alma do Padim e agradeceram pelas graças alcançadas por sua intercessão.

Padre Cícero Romão Batista

O servo de Deus Padre Cícero Romão Batista nasceu em 1844, em Crato (CE). Foi ordenado padre em 1870 na capital cearense. Dois anos depois foi para a região de Juazeiro do Norte.

Um possível milagre ocorrido em 1889 transformou a vida do religioso e da cidade. Na capela de Nossa Senhora das Dores, a hóstia sangrou na boca de uma fiel. A notícia logo espalhou e o fato teria se repetido em público várias vezes. Juazeiro passou a receber peregrinos de vários lugares desde então.

Em 1894 padre Cícero foi punido com a suspensão da ordem, acusado de manipulação da crença popular pela Santa Sé. Proibido de celebrar missa e inconformado com a situação, o padre foi ao Vaticano, em 1898, pedir revogação da pena ao papa Leão XIII. Saiu de lá com a vitória, mas o bispo não aceitou e pediu revisão do resultado.

Em 1911, o distrito de Juazeiro foi elevado a município e o padre Cícero foi nomeado prefeito, realizando diversas benfeitorias.

Padre Cícero morreu em 20 de julho de 1934, em Juazeiro do Norte, local que até hoje celebra seus feitos e obras.

Depois de um trabalho de revisão histórica sobre a causa de padre Cícero feito pela diocese de Crato, em 2014, a Santa Sé o reconciliou com a Igreja Católica. Em agosto de 2022, a Santa Sé autorizou a abertura do processo de beatificação, que aconteceu em 30 de novembro daquele ano. Em 7 de junho passado, terminou a fase diocesana da causa de beatificação do padre Cícero.

Devoção e  promessas

“O Padim Cícero representa tudo na minha vida, todas as graças que eu peço eu consigo com ele”, disse Leida Cardoso à TV Mãe das Dores, canal oficial de comunicação da basílica santuário Nossa Senhora das Dores.

Ela participou da romaria pela 11ª vez, cumprindo uma promessa que fez para o seu neto Luís Otávio Andrade, que foi atropelado por uma bicicleta e quebrou o fêmur. Leida prometeu que se ele se recuperasse da cirurgia, o levaria a Juazeiro vestido de padre Cícero e deixaria a roupa sobre o túmulo do religioso. Devoto desde pequeno por influência da avó, Luís participou da romaria e disse estar feliz por deixar a roupa em agradecimento pela graça alcançada.

Luís Otávio Andrade vestido de padre Cícero para cumprir uma promessa. Crédito: TV Mãe das Dores.

Ana Lúcia Souza, romeira do Ceará, também foi vestida com um chapéu semelhante ao do padre Cícero para agradecer a cura de um câncer de mama ocorrida há nove anos. “A minha devoção ao Padim começou quando eu me tornei consciente de que eu tinha câncer de mama”, contou ela à TV Mãe das Dores.

Ana Lúcia Souza agradece a cura de um câncer. Crédito: TV Mãe das Dores.

“E ali, numa clínica eu estava em estado de desespero e uma mulher pobre, simples, sentou-se perto de mim e perguntou se eu era católica, se eu tinha fé. Então, ela puxou três fotografias e uma delas era a do padre Cícero. Ela dizia para eu me apegar ao padre Cícero que iria me recuperar, ficar boa. Ali eu fiz uma prece, e disse que se eu ficasse boa viria vestida de padre Cícero, de chapéu, e hoje faz nove anos que estou curada”, continuou.

Para Ana Lúcia, a romaria é “um momento mágico. Estou plena, quando termina essa missa eu renovo meus votos, minha graça, acredito que estou curada e posso transmitir essa fé, essa cura para outras pessoas”.

Com o tema “A minha esperança está em ti”, retirado do Salmo 39 e em sintonia com o Jubileu da Esperança vivido por toda a Igreja, a programação contou com terços, adoração ao Santíssimo Sacramento, atividades culturais, como quermesses com comidas típicas, apresentações musicais com artistas da região e missas em sufrágio pela alma do servo de Deus.

O bispo de Crato (CE), dom Magnus Henrique Lopes OFMCap., celebrou a primeira missa em sufrágio pela alma do padre Cícero do dia 20 de julho diante de milhares de fiéis reunidos no largo da Capela do Socorro, onde está sepultado o corpo do servo de Deus.

Dom Magnus Henrique Lopes, OFMCap. Crédito: Facebook Mãe das Dores Juazeiro

“Padre Cícero foi o homem que acolheu todos aqueles que chegavam a essa terra. Padre Cícero foi o homem da escuta, de sentar-se em oração diante de Deus, diante de Nossa Senhora, do Sagrado Coração de Jesus”, disse dom Magnus ao canal do santuário. “Quem se senta aos pés do mestre, com certeza terá a sabedoria para acolher e para partir em missão. Por isso que o padre Cícero ainda hoje exala Jesus Cristo para todos aqueles que aqui chegam e nos chama também a fazer a mesma coisa, acolher e ser enviado em missão”.

O reitor da basílica de Nossa Senhora das Dores, padre Cícero José da Silva, disse à TV que “a cada ano nos surpreendemos pela quantidade de romeiros que vêm a Juazeiro, não mais só do Nordeste, mas do Brasil”.

“Os romeiros cantam que o padre não está morto, está vivo, porque a sua palavra, o seu ensinamento ecoa no coração de todos os romeiros não só do Nordeste, mas de todo o Brasil e também podemos afirmar no mundo inteiro, continuou o padre.

Ciclos de romarias

A romaria da morte de padre Cícero é uma das cinco que atrai milhares de fiéis a Juazeiro no ano. Há ainda a Romaria de Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade, entre 1º e 15 de setembro; a Romaria de Finados, de 29 de outubro a 2 de novembro; o Ciclo Natalino, de 20 de dezembro a 6 de janeiro; e a Romaria de Nossa Senhora das Candeias, de 29 de janeiro a 2 de fevereiro.

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Incialmente, essas romarias eram denominadas “Ciclo de Romarias”. Mas, desde março deste ano, foi adotada a nomenclatura “Romarias Permanentes”, pois, segundo a basílica, “as peregrinações a Juazeiro do Norte têm se tornando frequentes em todos os períodos do ano e não apenas na temporada de seis meses do segundo semestre”.

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