5 de dezembro de 2025 Doar
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Abadia beneditina na Bélgica é temporariamente dissolvida por causa de abusos

Abadia de Keizersberg em Leuven, Bélgica. | Johan Bakker, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

A comunidade beneditina da abadia de Keizersberg, em Leuven, Bélgica, foi temporariamente dissolvida por causa de acusações de comportamento abusivo entre adultos, segundo uma declaração oficial divulgada pelo chefe da congregação beneditina Sublacense-Cassinesa.

O abade presidente Ignasi M. Fossas, OSB, anunciou medidas disciplinares que afetam vários mosteiros na província flamenga-holandesa, como a suspensão da vida comunitária na abadia de Keizersberg, e a proibição temporária do ministério público para vários monges.

Em sua declaração, Fossas anunciou uma visita canônica extraordinária a todos os mosteiros da província flamenga-holandesa, como Dendermonde, Affligem, Steenbrugge e Doetinchem/Slangenburg.

“O trabalho da visitação pode continuar por vários meses”, disse Fossas no documento oficial divulgado por Roma.

As medidas extraordinárias seguem uma visitação canônica que começou em 2022 e foi concluída em janeiro, assim como uma comissão de inquérito sobre alegações de abuso estabelecida em novembro do ano passado.

Os quatro monges restantes da abadia de Keizersberg foram obrigados a se mudar para outras abadias em novembro do ano passado, quando Fossas suspendeu pela primeira vez a vida comunitária da comunidade. Cada monge mantém uma residência imposta pelo abade presidente, e a situação será revista na visita extraordinária em andamento.

Segundo relatos da mídia belga, denúncias foram apresentadas ao centro de denúncias da Igreja sobre abuso sexual, que encaminhou o caso a promotores federais. O gabinete do promotor de Leuven confirmou o recebimento do caso para análise detalhada.

A investigação resultou em várias medidas disciplinares em toda a província.

Na abadia de Keizersberg:

— Um monge foi temporariamente suspenso do ministério diaconal devido a “defeitos de forma em sua ordenação ao diaconato”;

— O mesmo indivíduo está proibido de qualquer atividade pública como monge beneditino como medida de precaução;

— Seu caso será apresentado ao Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica para decisão final.

Em Doetinchem/Slangenburg:

— O abade foi suspenso de seu cargo como medida de precaução;

— É proibido a ele o exercício público do ministério sacerdotal;

— Seu dossiê também será encaminhado ao Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica para decisão.

Fossas enfatizou que as acusações não envolvem abuso sexual de menores de idade, mas sim "comportamento transgressivo entre adultos". Ele descreveu a situação como reveladora da "fragilidade pessoal e estrutural" que afeta os mosteiros de várias maneiras.

“As medidas canônicas decididas são cautelares e não punitivas”, disse Fossas. “São medidas temporárias que suspendem o exercício de um ministério, mas não o suprimem, até que o órgão legislativo correspondente emita uma conclusão”.

A abadia de Keizersberg, que fica próxima ao Vaartkom em Leuven, funciona com só quatro monges numa ala separada. O restante do grande complexo continua abrigando empreendedores, profissionais criativos, artistas e alojamentos estudantis.

A abadia de Affligem, também parte da investigação, não apresentou "nenhuma evidência concreta de comportamento abusivo que constitua infrações criminais", embora o pequeno número de monges represente "dificuldades canônicas e estruturais" que a congregação abordará.

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Pedido de desculpas e compromisso com a justiça

Em sua declaração, Fossas expressou “tristeza, vergonha e dor pelos danos causados às vítimas” e ofereceu desculpas, colocando-se à disposição para ajudar dentro de suas possibilidades.

Ele enfatizou sua determinação em continuar o processo de reforma iniciado no início de seu serviço e expressou “plena disponibilidade dos beneditinos em colaborar com a autoridade judiciária”.

O abade presidente também falou sobre a complexidade da situação, dizendo que, embora o processo destaque falhas em alguns indivíduos e estruturas de governança, “devemos tomar nota da fidelidade, bondade e abnegação de muitos outros monges ao viver sua vocação de servir à Igreja e à sociedade”.

Espera-se que a visita canônica extraordinária continue por vários meses enquanto as autoridades da Igreja trabalham para resolver os problemas estruturais e pessoais identificados na investigação.

“A visitação canônica continua, mas levará muito tempo porque envolve vários mosteiros”, disse um porta-voz do abade à CNA em comunicado divulgado na última segunda-feira (14).

Fossas concluiu sua declaração reconhecendo a gravidade de suas decisões e a dor que elas podem causar, mas disse que elas são “necessárias para poder oferecer luz, verdade, justiça, reparação e esperança a todos os envolvidos”.

O caso representa uma das ações disciplinares mais significativas tomadas contra uma província beneditina nos últimos anos, à medida que a Igreja continua a lidar com alegações de abuso e implementar reformas para evitar incidentes futuros.

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