Jul 18, 2025 / 06:00 am
O arcebispo de Salvador (BA) e primaz do Brasil, cardeal Sérgio da Rocha, vai celebrar uma missa pelos 310 anos da morte da serva de Deus Vitória da Encarnação, no sábado (19). A celebração será às 10h30, na igreja do convento Santa Clara do Desterro, na capital baiana, onde estão enterrados os restos mortais da religiosa.
Madre Vitória da Encarnação nasceu em 6 de março de 1661, em Salvador, filha de Bartolomeu Nabo Correia e Luísa Bixarxe. Teve um irmão e três irmãs.
Em 1677, quando foi fundado o Convento de Santa Clara, em Salvador, seu pai queria que Vitória, com 16 anos, entrasse para a vida religiosa, mas ela não aceitou.
Anos depois, Vitória começou a ter sonhos com Nossa Senhora e o Menino Jesus, que a chamavam para a vida religiosa. Ela, porém, se manteve firme na recusa, conta a biografia dela publicada no site da arquidiocese
Em uma noite de 1686, Vitória, aos 25 anos, sonhou que estava nos porões sujos e cheios de lodo de uma grande embarcação que navegava em alto mar. Neste sonho, ela estava acompanhada de pessoas impiedosas, que caminhavam para a perdição. Enquanto isso, na parte de cima da embarcação havia muitos religiosos contentes, pois caminhavam para a salvação. Foi então que seu anjo da guarda lhe explicou que os da parte superior eram os que faziam a vontade de Deus e estavam salvos e os que estavam nos porões, como ela, eram os que caminhavam para a perdição.
Depois desse sonho, decidiu fazer a vontade de Deus. Em 29 de setembro do mesmo ano, Vitória foi acolhida no noviciado das clarissas no Convento do Desterro, junto com sua irmã Maria da Conceição. Fez sua profissão solene em 21 de outubro de 1687.
No convento, buscava se fazer a menor de todas e aquela que servia a todas. Quis viver como uma escrava a adotou o estilo de vida das servas que viviam no mosteiro. Viveu dedicada aos pobres, doentes e desamparados que procuravam o mosteiro em busca de ajuda. Vitória doou em vida tudo o que possuía, inclusive a cama na qual dormia, passando então a dormir no chão sobre uma esteira de palha.
Segundo sua biografia, a madre Vitória da Encarnação “se transfigurava quando fazia a via-sacra, todas as sextas-feiras do ano”. Querendo “imitar ao Divino Esposo em seus sofrimentos”, usava cilícios e disciplinas duríssimas. Fazia jejuns rigorosos e, quando comia algo que lhe agradava o paladar, colocava cinzas para estragar o sabor.
“Amou tanto as almas do purgatório que sufragava-as diariamente com orações”, diz a biografia. Também tinha o dom de “sonhar com as pessoas necessitadas e, em seguida, enviar ajuda” e “o dom da revelação e profecia”.
Madre Vitória da Encarnação morreu em 19 de julho de 1715, uma sexta-feira, às 15h, com fama de santidade. Em 1720, o arcebispo de Salvador, dom Sebastião Monteiro da Vide, publicou em Roma a biografia “História da Vida e Morte da Madre Sóror Victória da Encarnação”.
Em 7 de julho de 2019, a então Congregação para a Causa dos Santos da Santa Sé (hoje, dicastério) autorizou a abertura da causa de beatificação da madre Vitória. Em 19 de novembro do mesmo ano, aconteceu a cerimônia de abertura do processo de beatificação e canonização da madre Vitória da Encarnação. A fase arquidiocesana da causa de beatificação foi encerrada dia 25 de setembro de 2024.
A missa pelos 310 anos da serva de Deus Vitória da Encarnação será transmitida ao vivo pelo perfil oficial @madrevitoria no Instagram.
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