5 de dezembro de 2025 Doar
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Político britânico critica padre que lhe negou comunhão por apoio a suicídio assistido

Parlamento Britânico em Londres. | Marinesea/Shutterstock

Um político britânico criticou publicamente seu pároco por se recusar a lhe dar a sagrada comunhão porque o político votou a favor de um projeto de lei sobre morte assistida do Reino Unido.

Chris Coghlan, parlamentar que faz parte do partido dos Liberais Democratas do Parlamento, fez publicações ontem (29) nas redes sociais e, segundo relatos, reclamou com o bispo de Arundel e Brighton, Richard Moth, descrevendo seu tratamento como "ultrajante".

O padre Ian Vane, pároco da igreja católica de São José em Dorking, Surrey, Inglaterra, havia alertado Coghlan antes da votação de 20 de junho que apoiar o controverso projeto de lei seria "perseverar obstinadamente" no pecado. Ele teria então citado Coghlan, que representa as regiões Dorking e Horley em Surrey, do púlpito dois dias depois.

Coghlan disse que as ações do padre foram "completamente inapropriadas" e disse que elas "minam a legitimidade das instituições religiosas".

O político postou nas redes sociais que o incidente gerou “grave interesse público” sobre a pressão que os membros religiosos do parlamento britânico enfrentaram na votação, chamando-a de “totalmente desrespeitosa à minha família, aos meus eleitores, incluindo a congregação, e ao processo democrático”.

As críticas públicas do parlamentar causaram uma reação significativa nas plataformas de mídia social, com muitos defendendo o padre Vane e criticando o comportamento de Coghlan.

Vários comentaristas falaram ao político sobre a nota doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política, publicada pela congregação para a Doutrina da Fé (atual dicastério para a Doutrina da Fé) em 2002.

“Uma consciência cristã bem formada não permite a ninguém favorecer, com o próprio voto, a atuação de um programa político ou de uma só lei, onde os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos com a apresentação de propostas alternativas ou contrárias aos mesmos”, diz a nota.

“Quantos se encontram diretamente empenhados nas esferas da representação legislativa têm a clara obrigação de se opor a qualquer lei que represente um atentado à vida humana”, diz também o documento. “Para eles, como para todo o católico, vale a impossibilidade de participar em campanhas de opinião em favor de semelhantes leis, não sendo a ninguém consentido apoiá-las com o próprio voto”.

A diocese de Arundel e Brighton também teria dito à mídia a posição da Igreja, embora reconhecendo a complexidade da votação.

“A Igreja Católica acredita na santidade da vida e na dignidade de cada pessoa”, disse a diocese, dizendo também que Moth falou com Coghlan “no início desta semana e se ofereceu para encontrá-lo pessoalmente para discutir as questões e preocupações levantadas”.

Líderes da Igreja falam sobre consequências graves

O arcebispo de Liverpool, Inglaterra, John Sherrington, responsável por questões da vida humana na Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales (CBCEW, na sigla em inglês), disse que ficou "chocado e decepcionado" com a aprovação do projeto de lei.

“Permitir que a profissão médica ajude os pacientes a tirar suas vidas mudará a cultura dos cuidados de saúde e causará medos legítimos entre aqueles com deficiências ou que são especialmente vulneráveis ​​de outras maneiras”, disse Sherrington.

O arcebispo de Westminster, cardeal Vincent Nichols, e Sherrington já haviam dito que hospícios e casas de repouso católicos podem não ter escolha a não ser fechar se o projeto de lei se tornar lei, já que eles "podem ser obrigados a cooperar com o suicídio assistido".

Para se tornar lei, o projeto ainda precisa ser aprovado na segunda câmara do parlamento britânico, a Câmara dos Lordes, que não foi eleita. A Câmara dos Lordes pode alterar a legislação, mas, como o projeto tem apoio da Câmara dos Comuns, é provável que seja aprovado.

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