Jun 3, 2025 / 09:35 am
O nacionalista Karol Nawrocki foi eleito presidente da Polônia numa eleição de segundo turno acirrada, com 50,89% dos votos, derrotando Rafał Trzaskowski, prefeito de Varsóvia, capital do país, que obteve 49,11% dos votos, segundo os resultados finais anunciados ontem (2).
Nawrocki, historiador de 42 anos de idade e ex-boxeador amador, concorreu com uma plataforma que enfatizava os valores católicos tradicionais e o conservadorismo cultural e político. Ele prometeu manter laços estreitos entre o governo polonês e a Igreja, dizendo que considera a fé um pilar fundamental da cultura nacional.
Na campanha, Nawrocki ganhou manchetes ao destruir publicamente um exemplar do livro Gênero Queer: Memórias, sinalizando sua firme oposição a políticas sociais progressistas. Ele prometeu vetar qualquer legislação que liberalize as leis de aborto da Polônia ou introduza uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, citando a doutrina da Igreja sobre ética sexual e a necessidade de proteger as estruturas familiares tradicionais.
“A força da Polônia está em sua fé e valores familiares”, disse Nawrocki num comício de campanha, enquadrando sua presidência como uma defesa contra influências seculares.
Sua postura conservadora contrasta fortemente com a de Trzaskowski, que fez campanha por reformas progressistas, como a liberalização da lei do aborto da Polônia, apoio a parcerias civis LGBTQ+ e integração europeia mais profunda.
Espera-se que Nawrocki use seu veto presidencial para bloquear o avanço reformista e pró-União Europeia (UE) do primeiro-ministro do país, Donald Tusk.
A presidência polonesa, embora seja em grande parte cerimonial, exerce influência significativa por meio de seu poder de veto, que exige uma maioria parlamentar de 60% para ser anulado — limite que a coalizão de Tusk não tem. Essa dinâmica ecoa o mandato do atual presidente Andrzej Duda, aliado do PiS (Partido Lei e Justiça) que frustrou consistentemente as tentativas de Tusk de reverter as reformas judiciais da era PiS.
O presidente da Polônia é eleito para um mandato de cinco anos por meio de um sistema de votação em dois turnos, com segundo turno entre os dois candidatos mais votados caso nenhum deles obtenha a maioria no primeiro turno. Os presidentes do país podem exercer até dois mandatos. O segundo mandato de Duda termina em 6 de agosto, quando o presidente eleito Nawrocki tomará posse.
A eleição mais apertada da história pós-comunista da Polônia ressalta o aprofundamento da divisão política no país. As primeiras pesquisas de boca de urna previam a vitória de Trzaskowski, mas os resultados finais acabaram revertendo essas projeções. As pesquisas de boca de urna também mostraram que os eleitores mais jovens preferiram para Nawrocki no segundo turno.
A vitória de Nawrocki tem implicações mais amplas para o papel da Polônia na Europa. Sua oposição ao fortalecimento dos laços com a UE e à adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) o diferencia da plataforma pró-UE de Trzaskowski.
Nawrocki expressou oposição à imigração ilegal, defendendo políticas que priorizam cidadãos poloneses e rejeitam estruturas de migração conduzidas pela UE.
“Minha Polônia é uma Polônia sem imigrantes ilegais”, disse ele em sua campanha.
Líderes conservadores europeus comemoraram o resultado da eleição, com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, chamando-o de "vitória fantástica" e a deputada francesa Marine Le Pen, da Assembleia Nacional Francesa, elogiando-o como uma rejeição à "oligarquia de Bruxelas".
Nawrocki compareceu ao Dia Nacional de Oração na Casa Branca no mês passado, em fotos com o presidente dos EUA, Donald Trump, que apoiou a candidatura presidencial de Nawrocki.
Numa reunião da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) na Polônia na semana passada, Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos EUA, também apoiou Nawrocki.
"Encontrei-me com Karol e deixe-me ser clara: ele deve ser o próximo presidente da Polônia. Estamos em sintonia?", disse Noem.
“Vocês precisam escolher o líder certo. Vocês podem ser aqueles que vão conduzir a Europa de volta aos valores conservadores”, disse também ela.
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