5 de dezembro de 2025 Doar
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Ciência deve servir à humanidade e não ser sua mestra, diz Leão XIV

Papa Leão XIV saúda fiéis na basílica de São Pedro, no Vaticano, no último sábado (31). | Daniel Ibáñez/EWTN

Leão XIV fez um apelo “para que a ciência permaneça a serviço da humanidade, nunca se tornando sua mestra” em mensagem à cúpula internacional de bioética em Roma.

A mensagem transmitida pelo secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, expressa o “vivo apreço” do papa pela 3ª Conferência Internacional de Bioética, que ocorreu entre sexta-feira (30) e sábado no Pontifício Instituto Patrístico Agostiniano, em Roma.

 

O evento foi organizado sob o tema “O Esplendor da Verdade na Ciência e na Bioética”.

 

O papa disse que a iniciativa é "uma oportunidade valiosa para refletir sobre as implicações éticas do progresso científico" e incentivou o "diálogo interdisciplinar baseado na dignidade da pessoa humana", segundo a mensagem da Santa Sé. Ele disse ter esperança de que tais esforços "fomentem abordagens à ciência cada vez mais autenticamente humanas e respeitosas da integridade da pessoa".

 

Feita sob o patrocínio da Pontifícia Academia para a Vida e do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, a conferência reuniu cerca de 400 participantes — entre eles pesquisadores, médicos, filósofos e juristas — de universidades da América Latina, da Europa e da África.

 

 

 

 

 

 

“A ciência deve servir à verdade”, diz cardeal

 

O arcebispo de Utrecht, Holanda, cardeal Willem Jacobus Eijk, abriu a conferência com um discurso delineando três princípios fundamentais para a bioética e a pesquisa científica a serviço da verdade.

 

Eijk, que também é médico, disse na sexta-feira que a Pontifícia Academia para a Vida deveria dar mais atenção às questões bioéticas ligadas aos tratamentos “transgêneros” e à pressão pela “teoria de gênero”.

 

O cardeal enfatizou que a razão humana deve reconhecer sua capacidade de conhecer a verdade metafísica, que os seres humanos só têm autonomia relativa e que a vida humana é um valor intrínseco.

 

“Sem metafísica e uma antropologia adequada, a ciência se torna perigosa porque perde sua bússola moral”, disse o arcebispo.

 

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Estudiosos destacam o papel da filosofia na ciência

 

Juan Arana, filósofo espanhol que faz parte da Academia Real de Ciências Morais e Políticas, disse que a ciência moderna negligencia a busca de verdades filosóficas mais profundas. Enquanto reconhece os avanços empíricos da ciência, ele enfatiza que “grandes verdades da filosofia e as pequenas verdades da ciência” ainda estão conectadas “por fios que, ainda que sutis, são efetivos”.

 

Bernard Schumacher, da Universidade de Friburgo, Alemanha, criticou o método científico moderno para reduzir a realidade ao que é matemático e quantificável.

 

 

 

Duas mesas redondas abordaram desafios bioéticos práticos em genética e direitos de consciência. A geneticista Teresa Perucho, o cirurgião Emmanuel Sapin e o neonatologista Robin Pierucci discutiram os fundamentos morais do aconselhamento genético e a necessidade de apoiar os pais com compaixão e clareza diante de diagnósticos pré-natais difíceis.

 

Mantendo uma visão católica da ciência

A conferência foi organizada pela Cátedra Internacional de Bioética Jérôme Lejeune e teve apoio de cerca de 40 instituições acadêmicas em todo o mundo. Desde sua fundação em 2023, o evento se tornou um fórum de referência para o engajamento da Igreja com questões bioéticas contemporâneas.

Jean-Marie Le Méné, presidente da Fundação Jérôme Lejeune, encerrou o encontro falando sobre o legado do geneticista francês.

 “O cientista é aquele que admite sem vergonha que o que sabe é microscópico comparado a tudo o que não sabe — e fica fascinado pela aventura da inteligência no caminho em direção ao inteligível”, disse Le Méné.

Jérôme Lejeune, católico devoto e pioneiro em genética, descobriu a causa cromossômica da síndrome de Down e se tornou um defensor apaixonado do bebê no ventre materno, lançando as bases para grande parte do engajamento da Igreja na bioética hoje.

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