Apr 30, 2025 / 13:09 pm
O cardeal Gerhard Müller, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, disse que o conclave para eleger o sucessor do papa Francisco não será uma batalha “entre conservadores e liberais”, mas sim “entre ortodoxia e heresia”. Müller disse em entrevista ao jornal The Times, do Reino Unido, que reza “para que o Espírito Santo ilumine os cardeais, porque um papa herético que muda todos os dias dependendo do que a mídia de massa diz seria desastroso”.
O cardeal alemão foi bispo de Regensburg por cerca de dez anos e depois foi nomeado pelo Papa Bento XVI para chefiar a Congregação para a Doutrina da Fé em Roma. O papa Francisco não prorrogou seu mandato de cinco anos em 2017, como seria a praxe. Müller, no cargo e fora dele, foi um dos mais duros críticos da trajetória do papa Francisco.
Francisco era um bom homem, enfatizou Müller, mas o próximo papa não deve “buscar o aplauso do mundo secular, que vê a Igreja como uma organização humanitária que faz trabalho social”.
Em 2017, Müller escreveu o livro Der Papst. Sendung und Auftrag (O Papa: Missão e Mandato, em tradução livre). A edição impressa, de mais de 600 páginas, está esgotada há algum tempo, mas a obra, publicada pela Herder, ainda está disponível como e-book.
Os cardeais que já estão em Roma estão se reunindo todos os dias nas chamadas congregações gerais, que servem para trocar ideias entre si, mas também para tomar decisões importantes com vistas à vacância da sé e ao conclave. Müller expressou sua esperança de que “os cardeais não sejam tão influenciados pelo que leem nas manchetes”. Trata-se de “eleger um homem que seja capaz de unir a Igreja na verdade revelada”.
Quando lhe perguntaram se ele “promoveria seu catolicismo dogmático” nas reuniões dos cardeais, Müller disse: “Tenho que fazer isso, sou obrigado por minha consciência”.
“Nenhum católico é obrigado a seguir um ensinamento que esteja errado”, enfatizou o cardeal. “O catolicismo não se trata de obedecer cegamente ao papa sem respeitar as Sagradas Escrituras, a tradição e a doutrina da Igreja.”
Um conclave “não é um jogo de poder jogado por pessoas estúpidas com o objetivo de manipular”, disse Müller.
Nos séculos XX e XXI, as eleições papais duraram no máximo quatro dias. Entretanto, também pode levar mais tempo para que os cardeais cheguem a um acordo sobre um candidato com uma maioria de dois terços, já que sob o comando do papa Francisco os cardeais quase nunca se encontraram e, portanto, mal se conhecem.
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