5 de dezembro de 2025 Doar
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Órgãos ligados à CNBB pedem punição exemplar a ‘perpetradores’ de suposto golpe de Estado no Brasil

Manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 2024 sobre o Estado democrático de direito do Brasil . | Shutterstock/Saulo Ferreira Angelo

A Comissão Brasileira de Justiça e Paz e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), órgãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), encabeçam um abaixo-assinado que pede às autoridades que se “responsabilize de forma legal, rigorosa e exemplarmente todos os perpetradores da violência contra o Estado Democrático de Direito para que nunca mais se articule, neste país, tentativas de golpes contra o povo brasileiro”. O documento rechaça “qualquer iniciativa com vistas à impunidade dos golpistas” que teriam planejado, em 2022, impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O documento publicado no último dia 15  traz as assinaturas de pastorais, comunidades eclesiais de base, ordens religiosas, comissões diocesanas de Justiça e Paz, organizações leigas de ambientalistas, feministas, associações de profissionais, diretórios do Partido dos Trabalhadores, e do Partido Socialismo e Liberdade (Psol). São mais de 400 signatários.

O documento tem como epígrafe um trecho da encíclica Fratelli tutti, do papa Francisco. “Temos de nos exercitar em desmascarar as várias modalidades de manipulação, deformação e ocultamento da verdade nas esferas pública e privada. O que chamamos «verdade» não é só a comunicação de factos operada pelo jornalismo. É, antes de mais nada, a busca dos fundamentos mais sólidos que estão na base das nossas opções e também das nossas leis”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 35 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal no dia 21 de novembro, por suspeita de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Segundo a PF, o objetivo dos golpistas era matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A ação, denominada “Punhal Verde e Amarelo”, seria executada no dia 15 de dezembro de 2022 por militares com formação em Forças Especiais (FE).

Para os órgãos da CNBB, “o Brasil não pode conviver passivamente com sucessivas tentativas de golpe à democracia gestadas por setores dos militares, das elites empresariais e do latifúndio, banqueiros, reacionários políticos, mídia empresarial e fundamentalistas religiosos (como alguns sacerdotes católicos apontados no inquérito da Polícia Federal e representantes de pastores evangélicos que manipulam a religião em associação com a extrema-direita)”.

O único sacerdote católico entre os 36 indiciados pela Polícia Federal em seu inquérito é o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco (SP). Ele é apontado como participante em uma reunião com dois dos demais indiciados. O padre tem 435 mil seguidores no Instagram e vídeos no Youtube assistidos com mais de 7 milhões de views.

Segundo os signatários da nota, “a participação de personagens das elites política, econômica e religiosa em associação com alguns dos militares de alta patente das Forças Armadas em golpes no passado e no presente explicita a relação autoritária que sustenta as estruturas de poder em nosso país”.

Ao final da nota, conclamam-se os “setores da sociedade civil, entidades de classe que defendem e lutam pelo Estado Democrático de Direito (como a OAB, ABI, Comissão Arns, entre tantas), entidades religiosas (como a CNBB, as igrejas e tradições que não se alinham à extrema-direita), sindicatos, movimentos sociais e outros organismos vivos que se manifestem publicamente demonstrando que no Brasil não há, nem haverá, espaço para quem atenta contra a democracia”.

“Aos que se dizem cristãos é imperioso lembrar: a verdadeira ética cristã aponta que omissão e conivência são tão graves quanto o pecado do ato doloso”, diz a nota.

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