2 de maio de 2024 Doar
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Paróquias criticam “carnaval fora de época” na Semana Santa no Ceará

Semana Santa em Aracati (CE). Na cruz, estão os símbolos da Paixão de Cristo. | Pixabay (domínio público)

A prefeitura de Aracati (CE) anunciou um grande evento com shows durante a Semana Santa, intitulado "Paixão no Aracati". Paróquias locais criticaram a iniciativa por "ferir a sensibilidade religiosa do povo cristão" e pediram respeito aos horários e locais das celebrações religiosas.

O município não teve programação de carnaval por causa das medidas sanitárias impostas por causa da covid-19. Mas, no dia 4 de março, o governo do Ceará liberou a realização de eventos sociais e esportivos, com a apresentação de comprovante de vacinação da 3ª dose e uso obrigatório de máscara. Então, a prefeitura de Aracati decidiu promover os shows na Semana Santa. O prefeito Bismarck Maia (PTB) anunciou em 10 de março em seu perfil no Facebook: "Se não teve carnaval, terá super Semana Santa". O cartaz do evento afirma que "vem aí a melhor Semana Santa do Estado". A programação será de 15 a 17 de abril e contará com shows de famosos como Bell Marques, Leo Santana, entre outros.

As paróquias de Nossa Senhora do Rosário e de Santo Antônio, de Aracati, lançaram uma nota em conjunto criticando a decisão da prefeitura. No documento, afirmam que "o uso dos termos 'Paixão no Aracati' e 'a melhor Semana Santa do Estado', embora possam ser usados do ponto de vista legal, acabam por ferir a sensibilidade religiosa do povo cristão (católicos e evangélicos) não só de Aracati, mas de modo geral, já que a data e os termos simbolizam aos cristãos o centro celebrativo de sua fé, um tempo de forte teor religioso e reflexivo". Afirma ainda que "mesmo pessoas sem uma confissão de fé religiosa também costumam fazer desse período momento propício para reflexão".

As paróquias alertaram que "outro sério risco" é que, "pela grande movimentação de pessoas e barulho próprios do evento a ser realizado, não sejam respeitados os horários e templos religiosos". Lembram que as igrejas "precisam realizar suas liturgias em horários pré-fixados por norma litúrgica, não sendo possível adaptações de horários nem sequer cancelamento das celebrações". "As referidas celebrações fazem parte da tradição do município, marcado notadamente por sua religiosidade", disse a nota.

"Esperamos que o poder público municipal, ao menos, use de outros termos para suas propagandas e que garanta, por escrito, o respeito e salvaguarda de dias, horários e locais para as celebrações religiosas", afirmaram as paróquias locais.

Disseram ainda que, apesar do decreto estadual que libera a realização de eventos, os shows podem gerar aglomerações e "novos surtos de contaminação" de covid-19. Além disso, afirmou que causa "indignação que uma festa dessa magnitude aconteça em tempos de crise, fome e miséria" para a população. Por isso, solicitaram "a priorização de políticas públicas que garantam vida e dignidade" ao povo.

O Conselho de Pastores e Líderes Evangélicos de Aracati (Conplea) também repudiou o evento anunciado pela prefeitura. "A Paixão de Cristo e a Semana Santa devem ser recordadas com orações, súplicas, e buscas a Deus, sendo um momento de reflexão pessoal e coletiva acerca do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Cf. João, 1:29)", afirmou a entidade.

"Ao nomear um evento cujo conteúdo é totalmente dissociado do verdadeiro significado sagrado do período da Paixão de Cristo e da Semana Santa, tão importante para nós cristãos, o Poder Público Municipal desvirtua o sentido do sacrifício vivo de Jesus Cristo por amor à humanidade", concluiu.

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