Denunciam que certas escolas islâmicas difundem o ódio na Terra Santa

CASTILHA, Sep 27, 2005 / 14:07 pm

O sacerdote Artemio Vítores, superior da custódia franciscana na Terra Santa, afirmou que entre os muçulmanos na Terra Santa "faltou a capacidade crítica. Além disso, as escolas não têm feito o que devem fazer, e em vez da tolerância e o diálogo, difundem o ódio, que, a meu modo de ver, é o problema mais sério que há".

Em entrevista concedida ao jornal "El Norte de Castilla", na Espanha, o Pe. Vítores assinalou que a situação na faixa de Gaza está em "um momento importante, sobretudo tendo em conta a situação tão difícil que ali se viveu durante estes últimos anos".

"Há três elementos importantes –prosseguiu o presbítero– que contribuíram para esta situação. Em primeiro lugar, os atentados cometidos pelos palestinos, que levaram a posteriores represálias por parte dos judeus. Por outro lado, influiu muito o assédio à basílica de Belém em 2001, que se traduziu em destruição, atentados e violações de qualquer tipo de direito. Por último, o muro de divisão, que está criando situações conflitivas e muito duros em Belém. A cidade é hoje como uma prisão, um muro alto de quase nove metros, mas há um muro maior que é o do ódio que se está criando, um muro que não se pode atirar facilmente e que manifesta a falta de diálogo".

Para o superior dos franciscanos na Terra Santa, a solução a que se chegou no território da faixa de Gaza é "muito parcial". "O certo é que esta solução sim que pode ser considerada como um primeiro passo, embora os problemas mais sérios virem depois, mas também supõe uma primeira fase fundamental para a criação de um estado palestino. O fato de que tenham chegado a um compromisso, de que se sentem juntos e dialoguem se pode considerar um avanço importante", acrescentou.

Do mesmo modo, o sacerdote explicou que quando se produziu o assédio à Basílica de Belém em 2001 "foram momentos muito duros". "Os frades estiveram trinta e oito dias em situações desesperadores, sem água, telefone nem luz, em geral, sem nada. Apesar de tudo, eles ficaram ali, porque aquela era sua casa, por isso significava Belém, e sobretudo porque conseguiram que os problemas não aumentassem. Se os frades não tivessem estado ali, os israelenses teriam destruído a basílica", finalizou.