ROMA, May 4, 2010 / 10:31 am
O vaticanista italiano Sandro Magister, assinalou ontem que o atual Arcebispo de Guadalajara, México, Cardeal Juan Sandoval Íñiguez, poderia ser o delegado pontifício que o Papa nomeará para a Legião de Cristo. Entretanto o Cardeal assinalou não considerar-se a pessoa indicada, e indica que não recebeu nenhuma comunicação a respeito, mas afirma que está à disposição do Santo Padre.
Em sua análise depois da publicação do comunicado da Santa Sé sobre os Legionários de Cristo, Magister comenta que se acredita que o delegado será nomeado pelo Papa antes do verão europeu (julho, aproximadamente). O vaticanista indicou que na reunião sustentada entre os visitadores no Vaticano "descreveram-se as condições que se requerem para esta tarefa. E se explicitou um nome, um só até agora, o do Cardeal mexicano Juan Sandoval Íñiguez, Arcebispo de Guadalajara".
Sobre o Cardeal, Magister assinala que este "conhece bem a Legião, a qual tem no México sua pátria histórica. Em Roma é titular da igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, propriedade dos Legionários. Porém, ele jamais se misturou com eles nem com seus complôs, nem com Maciel nem com os atuais dirigentes. Tem 77 anos e está a ponto de abandonar o governo de sua diocese por ter superado o limite de idade, por isso poderá dedicar-se de forma plena à causa".
Depois de ressaltar como neste comunicado a Santa Sé "explicita, pela primeira vez em um documento vaticano oficial, as culpas do fundador dos Legionários, culpas que nem sequer tinha formulado a condenação do ano 2006", o vaticanista ressalta que estas culpas são "identificadas como ‘comportamentos gravíssimos e objetivamente imorais’ e às vezes como ‘verdadeiros delitos’, ações que configuram ‘uma vida carente de escrúpulos e de autêntico sentimento religioso’".
Logo depois de analisar a responsabilidade a este em relação aos atuais líderes da congregação, o vaticanista italiano destaca que com este comunicado, a Santa Sé "derrubou o esquema que imperava nestes tempos nos meios de comunicação sobre a pedofilia: em vez de fazer que a agenda seja ditada pelos jornais, em vez de responder caso por caso ao ritmo das acusações, desta vez, a Santa Sé quis tomar a iniciativa".
"No caso dos Legionários, são os meios de comunicação os que devem seguir as decisões das autoridades vaticanas, em primeiro lugar do Papa. São decisões dificilmente rebatíveis. São decisões tipicamente de Igreja e que nenhum tribunal terrestre pode adotar. São decisões adequadas não só para castigar, mas também sobre tudo para sanar, confortar, purificar e reconstruir, nessa ordem da Graça da qual a Igreja é depositária e custódia", conclui.
A palavra do Cardeal
Por sua parte, em um comunicado dado a conhecer hoje pelo Escritório de Imprensa da Arquidiocese de Guadalajara, destaca-se que o Cardeal Sandoval não considera ser a pessoa indicada para servir como delegado dos Legionários de Cristo.
O texto assinala que para esta tarefa "se requer de alguém que conheça mais sobre a vida religiosa, não tanto a do sacerdote do clero diocesano, como é o caso do Cardeal".
Entretanto, precisa o texto, o Arcebispo "está à disposição do que ele (o Papa), em determinado momento, indique. A decisão da nomeação do delegado para a reconstrução da Legião recai exclusivamente sobre o Supremo Pontífice".
O comunicado precisa também que o "Cardeal Juan Sandoval Íñiguez não tem nenhuma nomeação oficial neste sentido. Tampouco foi contatado por telefone sobre o assunto".
Para ler a coluna completa de Sandro Magister, escrita em italiano, ingresse em: http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1343156?sp=e
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