Diante de crise, Episcopado alenta renovação espiritual da Venezuela

CARACAS, Apr 8, 2009 / 06:30 am

No texto dado a conhecer por Dom Jesus González, Bispo Auxiliar de Caracas e Secretário Geral da CEV, os bispos expressam sua preocupação por como se "deu procuração a violência e a insegurança de todo o território nacional, derramando o sangue inocente de nosso povo. Apesar das medidas adotadas, o violência, os seqüestradores, os sicários, os narcotraficantes e os contrabandistas seguem atuando com impunidade".
"Os indefesos habitantes de cidades, campos e fronteiras não sabem a que instância ir para conseguir proteção eficaz. Tais atropelos são graves ofensas que clamam ao céu e violam os direitos fundamentais dos cidadãos", acrescenta o comunicado.
Os prelados denunciam logo que "a promoção de um ambiente de aguda polarização política, a exclusão por causas ideológicas, a desqualificação moral dos adversários, a eliminação de uma positiva descentralização e a crescente concentração de poder no executivo, deterioram o Estado de Direito, despojam às instâncias nacionais, regionais e municipais de sua legítima autonomia e põem em grave risco de colapso o sistema democrático".
Depois de exortar às autoridades a exercer "suas graves responsabilidades com justiça, liberdade de consciência, honestidade e transparência" sem "deixar-se arrastar por interesses particulares ou de uma parcialidade", os bispos insistem a quem exerce o poder judicial a "assegurar aos detidos, processados e sentenciados, em cada fase do processo, todas as garantias contempladas na Constituição Nacional, particularmente os direitos ao devido processo, à defesa ante seus juizes naturais e a um julgamento imparcial".
Seguidamente os prelados da CEV animam aos católicos a participar massivamente nas "celebrações da Semana Maior" já que "este tempo é uma oportunidade única para sacudir a apatia e a indiferença, para renovar a fé, para colocar a Deus por cima de tudo, e ficar ao serviço do próximo, especialmente dos mais pobres". Finalmente os bispos manifestam seu "proximidade e oração aos seqüestrados, aos detidos, aos processados e aos condenados, assim como a seus familiares e amigos" e fazem votos para que "o Senhor Jesus (…) atraia a todos do alto de sua cruz, ensine-nos a perdoar de coração, a nos tornar pessoas misericordiosas e tolerantes e a reencontrar os caminhos da união que perdemos".