Dom Aguer pede não confundir "ao Estado com o Governo de volta"

BUENOS AIRES, Mar 16, 2009 / 00:00 am

O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, advertiu que um problema “tipicamente argentino” é confundir ao Estado com o governo, o que traz como conseqüência que se tomem “medidas contrastantes” que não beneficiam ao bem comum.
Em seu programa Chaves para um Mundo Melhor, o Prelado indicou que esta prática faz que o Estado passe a ser o governo. “Muitas vezes os sucessivos governos tomaram medidas contrastantes, uns depois de outros, sem advertir que se não se estabelecerem políticas de Estado é muito difícil que o Estado mesmo cumpra adequadamente seu papel”, assinalou.
Nesse sentido, Dom Aguer advertiu que “o bem comum pode ficar submetido a interesses subalternos que são os interesses políticos do governo. A pequena política se impõe sobre a Política verdadeira, a que se escreve com maiúscula”.
Durante seu discurso breve, o Arcebispo também se referiu às decisões tomadas recentemente por diversos Estados em matéria econômica como resultado da crise financeira. “Em distintas partes do mundo, tentam redirecionar a atividade econômica com intromissões que não se permitiriam em tempos normais”, destacou.
Dom Aguer disse que “isto indica que existe uma consciência de que em situações críticas ou extraordinárias o Estado pode assumir posições de suplência na atividade econômica e, além disso, em condições normais deve exercer um papel regulador com o objetivo de assegurar o bem comum”.
Nesse sentido, lembrou que a Doutrina Social da Igreja ensina que em matéria econômica, o Estado deve guiar-se pelos princípios de subsidiariedade e de solidariedade. A subsidiaridade, explicou, “implica que uma instância superior não deve assumir as competências e a livre atividade das instâncias inferiores”.
Dom Aguer convidou a seguir os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja e indicou que “a solidariedade sem subsidiariedade pode degenerar facilmente em asistencialismo, enquanto que a subsidiariedade sem solidariedade corre o perigo de alimentar formas de localismo goísta”.