VALÊNCIA, Nov 16, 2007 / 13:02 pm
O Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, advertiu que "a negação sistemática de Deus e a instituição de um regime com esta negação como elemento constitutivo, são contrárias à liberdade de consciência e à liberdade de religião", e assinalou que estas foram práticas de totalitarismos cruéis "como o comunismo, o fascismo ou o nazismo".
Em sua carta intitulada "A busca da verdade, garantia da liberdade", o Prelado defendeu a liberdade de consciência e de religião por ser "as liberdades mais fundamentais" que permitem ao homem expressar suas próprias convicções.
No texto, recordou que João Paulo II advertiu que "nenhuma autoridade humana tem o direito de intervir na consciência de nenhum homem", e que negar a liberdade de consciência e a liberdade de procurar a verdade, "ou tentar impor um modo particular de compreendê-la, vulneram o direito mais íntimo".
"É um dramático engano considerar que para afirmar a liberdade de consciência terá que negar a existência da verdade. O caminho acertado é outro: não enfrentar a liberdade com a verdade; e aproximar-se da Verdade que faz possível a liberdade, ao Criador que há ato livre a sua criatura", assinalou o Arcebispo.
Nesse sentido, indicou que quem "reconhece a relação entre a verdade última e Deus mesmo, reconhecerá também aos não crentes o direito e o dever da busca da verdade".
"Reconhecer-nos como buscadores de Deus e da dignidade humana é o que instaura a tolerância para outros, e nunca o consegue a negação da verdade. O direito a obrar segundo a própria consciência implica o dever de conformar a à verdade e à lei inscrita em nossos corações por Deus mesmo", escreveu o Prelado.
Obrar desta maneira, indicou, libera à pessoa da tentação de querer impor a outros sua própria opinião, pois "por muita estima que se tenha pelas próprias crenças ou pela ideologia que se professa, ninguém tem o direito de reprimir a liberdade de consciência de quem tem outras convicções religiosas".
Dom García-Gasco recordou que o Estado tem o dever de reconhecer e promover a liberdade religiosa, e que a democracia se danifica quando se olham as convicções religiosas como males a tolerar.
Finalmente, advertiu que abusam do poder quem do mesmo querem "impor sua própria ideologia ou seu próprio credo".
A carta completa, em espanhol, se encontra em: http://www.archivalencia.org/contenido.php?pad=79&modulo=39&id_autor=2
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