Carolina Requena

Por Carolina Requena

Mar del Plata, 20 de abr de 2016 às 18:00

Apóstolos jovens da alegria de Deus no meio do mundo, assim as descrevem quem conheceu as ‘Siervas del Hogar de la Madre’ em Playa Prieta, na província do Manabí (Equador), que faleceram no terremoto do dia 16 de abril.

Na página das religiosas ficou como viva lembrança o testemunho de uma das vítimas: a Irmã Clare Crockett, uma jovem irlandesa de apenas 33 anos que experimentou uma forte conversão logo depois de uma peregrinação à Espanha.

A irmã recorda no testemunho que desde quando era jovem queria ser atriz e vivia bastante afastada do Senhor: “Eu gostava das festas. Nos fins de semana saia com meus amigos e bebia muito. Gastava todo meu dinheiro em álcool e cigarros. Um dia, uma de minhas amigas me chamou: ‘Clare, você gostaria de ir para à Espanha de graça?’. ‘Uma viagem grátis à Espanha!’ – pensei –, dez dias de festa na Espanha com sol. É obvio que sim!”.

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Na semana seguinte, quando chegou o dia de partir, descobriu que a viagem não seria como havia pensado, mas era uma peregrinação na Semana Santa. Tentou escapar, mas não pôde. “Agora vejo que esta foi a maneira que a Virgem usou para trazer-me à casa, ao seu Lar, ao lar do seu Filho”, recorda.

“Certamente não era o que eu havia imaginado quando pensava em viajar à Espanha. Este encontro de Semana Santa era com um grupo que se chamava ‘Hogar de la Madre’ (Lar da Mãe) e eu não queria estar ali. Entretanto, foi durante esta peregrinação que o Senhor me deu a graça de ver como Ele morreu por mim na cruz. Depois de receber esta graça, sabia que deveria mudar: ‘Se Ele fez tudo isto por mim, o que eu vou fazer por Ele?’”.

Logo depois dessa intensa experiência, as irmãs convidaram Clare para outra viagem, mas desta vez na Itália e durante vários meses. “Apesar da atitude superficial durante a peregrinação, o Senhor me falou de maneira bem clara. Queria que eu vivesse em pobreza, castidade e obediência como as irmãs. Automaticamente lhe disse que para mim seria impossível”.

“Não posso ser religiosa! E não posso deixar de beber, de fumar, de ir às festas, minha carreira, minha família. Se Jesus nos pede algo, sempre nos dá a força e a graça para fazê-lo. Sem sua ajuda nunca poderia ter feito o que fiz para responder o seu chamado e segui-lo”.

“Depois de saber que me chamava, o Senhor me deu outra graça quando estava gravando o filme na Inglaterra. Eu via que embora parecesse que tinha tudo, na verdade não tinha nada. Sentava na cama do quarto do hotel e sentia um grande vazio. Estava conseguindo tudo o que sempre desejei, mas não era feliz”.

“Sabia que somente fazendo o que Deus queria para mim seria realmente feliz. O Senhor me mostrou quanto feria seu Sagrado Coração meu estilo de vida mundano. Sabia que tinha que deixar tudo e segui-lo. Sabia com grande clareza que me pedia confiar nele, pôr minha vida em suas mãos e ter fé”.

Depois dessas experiências profundas que a ajudaram a se converter, Clare ingressou na Congregação das Siervas del Hogar de la Madre: “Fico impressionada de ver como o Senhor trabalha nas almas, como pode transformar totalmente a vida de uma pessoa e conquistar seu coração. Agradeço ao Senhor a paciência que teve e que continua tendo comigo”.

“Não lhe pergunto por que me escolheu, simplesmente aceito o que o tenha feito. Dependo completamente Dele e da Virgem Maria e lhes peço que me deem a graça de ser o que querem que seja”, conclui a publicação.

A irmã Clare permaneceu quase 15 anos na congregação. “Era uma irmã generosíssima, com um dom de simpatia muito especial e com um carisma único para evangelizar as crianças e os jovens”, recordam quem a conheceu.

O terremoto aconteceu no último sábado, 16, até o momento causou a morte de mais de 500 pessoas, deixou 2.527 feridos e graves danos materiais, conforme anunciou neste domingo a Secretaria de Gestão de Riscos. Foi o maior sismo registrado no Equador desde 1979.

Para colaborar com as religiosas acesse: https://www.hogardelamadre.org/es/quienes-somos/ayudanos

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