O Papa Francisco se encontrará com o Patriarca ortodoxo Kirill de Moscou e todas as Rússias no próximo dia 12 de fevereiro no aeroporto internacional de Havana (Cuba). Este será o primeiro encontro histórico entre um Pontífice e o líder dos ortodoxos russos.

A notícia foi divulgada na manhã de hoje pela Sala de Imprensa do Vaticano por meio de um comunicado.

No texto se indica que “a Santa Sé e o Patriarcado de Moscou têm a alegria de anunciar que, por graça de Deus, Sua Santidade o Papa Francisco e Sua Santidade o Patriarca Kirill de Moscou e de todas as Rússias se encontrarão no dia 12 de fevereiro”.

“O encontro acontecerá em Cuba, onde o Patriarca estará em visita oficial e onde o Papa fará uma escala antes de dar início à Viagem Apostólica ao México”. Entre os dias 11 e 22 de fevereiro, Kirill também visitará o Brasil, o Chile e o Paraguai.

O encontro de ambos os líderes, explica o comunicado, “consiste em uma conversa pessoal no aeroporto internacional José Martí de Havana e, ao final do colóquio, será assinada uma declaração comum”, assinala o comunicado.

Este encontro “entre os Primados da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa russa, preparado há muito tempo, será o primeiro na história e marcará uma etapa importante nas relações entre ambas as igrejas”.

“A Santa Sé e o Patriarcado de Moscou auspiciam que o encontro seja também um sinal de esperança para todos os homens de boa vontade e convidam todos os cristãos a rezar com fervor para que Deus abençoe este encontro para que possa produzir bons frutos”, conclui o texto.

Em janeiro de 2009 e antes de ser eleito Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Kirill assinalou que “só seria possível uma reunião entre o Patriarca e o Papa quando houvesse sinais concludentes de um progresso real e positivo em questões que durante muito tempo foram problemáticas para nossas relações”.

As “questões problemáticas” que mencionou se referiam às acusações dos ortodoxos de que a Igreja Católica leva a cabo atos de “proselitismo” no território que, segundo eles, deveria ser de ação exclusiva dos ortodoxos russos.

Três anos depois e como parte do processo de aproximação à Igreja Católica, o Patriarca Kirill e o Presidente da Conferência Episcopal da Polônia assinaram uma declaração conjunta na qual fizeram um apelo “ao perdão, à reconciliação e ao diálogo” a fim de poder curar as feridas do passado e iniciar “o caminho da renovação espiritual e material”.

Por sua parte, o Papa Francisco promoveu a unidade de todos os cristãos desde o início de seu pontificado. De maneira especial, obteve uma grande aproximação com o Patriarca ortodoxo Bartolomeu, a quem pediu sua bênção em novembro de 2014 na sede do Patriarcado de Constantinopla em Istambul (Turquia).

O Santo Padre também se reuniu com o Patriarca Bartolomeu em sua visita à Terra Santa e o convidou ao Vaticano para rezar juntos pela paz entre Israel e Palestina.