Um grupo terrorista que jurou lealdade ao Estado Islâmico (ISIS) atacou na terça-feira a Catedral de Marawi, na ilha filipina de Mindanao, e sequestrou um sacerdote, religiosas e vários fiéis que estavam rezando no último dia da novena a Nossa Senhora Auxiliadora.

Em declarações à agência vaticana Fides, o Bispo de Marawi, Dom Edwin de la Peña, assinalou que são militantes do grupo islamista Maute. “Atacaram a catedral católica em Marawi City, e sequestraram cerca de 15 fiéis, entre eles um sacerdote – o Pe. Chito Sunganob –, algumas religiosas e vários leigos que estavam rezando na igreja”, informou o Prelado.

O ataque em Marawi começou em 23 de maio às 12h, quando o exército filipino começou uma operação contra “alvos de alto valor” pertencentes aos grupos terroristas Abu Sayyaf e Maute na área comercial e residencial de Marawi.

Em represália, entre 100 e 200 homens armados apoiados por simpatizantes locais ocuparam o centro médico Amai Pakpak, em Marawi. Uma hora depois, o grupo terrorista ocupou a prisão e incendiou a instalação. Foram divulgadas na Internet imagens da bandeira negra do ISIS em vários lugares da cidade.

Mais tarde, a imprensa filipina informou dois incêndios em Dansalan College e na Catedral de Nossa Senhora Auxiliadora.

O Bispo disse à agência Fides que “isto ocorreu justamente na véspera da Festa de Maria: pedimos ajuda a Ela, que é o auxílio dos cristãos. Pedimos a salvação dos nossos fiéis. Somente ela pode vir em nosso socorro”.

“Dirigimos um apelo também ao Papa Francisco para que reze por nós e possa pedir aos terroristas para libertar os reféns, em nome de nossa comum humanidade. Violência e ódio trazem somente destruição: peçamos aos fiéis em todo o mundo para rezarem junto conosco pela paz”, pediu.

Dom Edwin de la Peña disse à Fides que “os fiéis estavam na igreja para rezar a Maria no último dia da novena. Os terroristas entraram na igreja, fizeram alguns reféns e os levaram para uma localidade desconhecida. Entraram na residência do Bispo e sequestraram o Vigário Geral, Pe. Teresito Soganub. Depois colocaram fogo na Catedral e na sede do episcopado. Tudo está destruído. Estamos consternados”, expressou.

Segundo a agência vaticana, o bispo foi salvo porque ontem estava em uma visita pastoral em um povoado distante de Marawi, uma cidade de maioria muçulmana.

Indicou que os terroristas ocuparam a cidade e as pessoas estão trancadas em suas casas. “Agora, estamos aguardando a reação do exército. Por enquanto é necessário retomar a cidade com o mínimo de mortes possível”.

“Não temos notícias dos reféns. Ativamos nossos canais, a Igreja, os líderes islâmicos e esperamos iniciar imediatamente as negociações para que sejam libertados sãos e salvos”, assinalou o Prelado e recordou que nos últimos meses a Igreja recebeu ameaças.

Por sua parte, o presidente da Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas, Dom Sócrates Villegas, pediu aos fiéis que rezem pela segurança do Pe. Soganub e pelos outros reféns.

“Membros do grupo guerrilheiro Maute ameaçaram matar os reféns caso as forças do governo não se retirassem. Na medida em que as forças do governo garantirem que a lei será cumprida, pedimos que a segurança dos reféns seja primordial”, solicitou o Prelado.

Em resposta ao ataque, o presidente Rodrigo Duterte interrompeu a sua visita a Moscou para voltar às Filipinas, declarando a lei marcial no sul do país, onde o grupo islâmico atua.

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