Há 100 anos, no dia 13 de maio de 1917, a Virgem apareceu pela primeira vez aos Pastorinhos de Fátima: Lúcia dos Santos, Jacinta e Francisco Marto.

O Grupo ACI conversou com a sobrinha de Jacinta e Francisco e ela assegurou que Deus escolheu os seus tios porque Ele quis, mas “não merecíamos nada”.

“A família, meus avós e meus pais, todos nós sempre o aceitamos como um dom de Deus. Deus escolheu os meus tios, porque Ele quis, tanto que o meu avô dizia que a Virgem queria vir a Fátima e havia escolhido os seus filhos, mas nós não merecíamos nada. Portanto, sempre vivemos com muita simplicidade porque Deus escolheu e escolhe quem Ele quer. Nós não merecemos nada”.

Em uma recente visita a esta pequena cidade de Portugal, onde ocorreram as aparições – a última foi no dia 13 de outubro do mesmo ano –, o Grupo ACI conversou com a sobrinha de Jacinta e Francisco, que serão canonizados pelo Papa Francisco no próximo dia 13 de maio durante a sua visita à cidade.

Jacinta Pereira Marto tem 74 anos. “Sinto uma grande alegria, naturalmente, mas esta festa não é somente da família, é de Portugal e do mundo inteiro, porque Nossa Senhora veio ao mundo. E eles são uma mensagem para o mundo”, afirmou a sobrinha dos pastorinhos.

“Às vezes eu me pergunto como duas crianças de sete e nove anos conseguiram captar e responder ao mesmo tempo a mensagem de Deus”, expressa sobre os seus tios, testemunhas das aparições.

Jacinta acredita que “a mensagem de Fátima nos recorda que a Virgem veio para que voltemos a Deus, para que não esqueçamos que Deus nos ama, mas que devemos louvá-Lo e devemos ser gratos a Ele”.

Jacinta assegura que “a Virgem não pediu muitas coisas que não possamos fazer. Ela pediu para que se reze o Rosário. E Nossa Senhora havia pedido rezá-lo – segundo dizia a própria Lúcia – porque era uma oração fácil, para todo o mundo, pois pode ser rezada na igreja, caminhando, no carro, em qualquer lugar existe a possibilidade de rezar o rosário”.

“Eu busco rezar o terço todos os dias, mas digo que quem não consegue rezá-lo que reze pelo menos uma Ave Maria para louvar a Virgem Maria e um Pai Nosso para agradecer a Deus por ser nosso amigo. Deus nos ama muito e às vezes nos envia a sua Mãe para nos ajudar um pouco, para que sejamos um pouco melhores. Deus quer que procuremos ser um pouco melhores a cada dia, porque sempre seremos pecadores, não somos perfeitos, mas procuremos ser um pouquinho melhores a cada dia”.

Jacinta é a filha de João, irmão dos pastorinhos Jacinta e Francisco, e nasceu na mesma casa que eles.

“Meu pai era dois anos mais velho do que Francisco e também teve o privilégio de estar na aparição de Valinhos (Valinhos está localizado perto do Santuário e foi o quarto lugar de aparição da Virgem, em 19 de agosto, 1917), depois que eles estiveram na aparição de Vila Nova de Ourém”, recordou Jacinta.

Entretanto, afirmou: “meu pai estava lá, mas não viu nada. Estiveram apenas Francisco, Jacinta e Lúcia e o meu pai, mas ele disse que por mais que abrisse os seus olhos e olhasse, não conseguiu ver nada”.

Jacinta recorda que seus avós (pais de Jacinta e Francisco) “não entendiam as coisas”.

“Então pensaram que seus filhos eram um pouco diferente dos outros, mas não sabiam exatamente de que maneira”. Apesar disso, “meu avô sempre acreditou”.

“Jacinta foi a primeira a dizer que Nossa Senhora havia aparecido e, quando lhe perguntavam, respondia: ‘Meus filhos não são mentirosos, eu os eduquei, portanto, se dizem que a viram, eu acredito que a viram’”.

Embora seu avô nunca tenha vista a Virgem, sua neta Jacinta recorda que ele “esteve em algumas aparições e mesmo dizendo que não via nada, percebia que algo estava acontecendo”.

“Ele dizia que escutava um som, como se fosse uma abelha em um cântaro, em um recipiente. Mas o milagre do sol ele viu. Então, se antes já acreditava, continuou acreditando”.

Jacinta se refere ao que aconteceu depois da última aparição da Virgem Maria aos pastorinhos: foi possível ver o sol se mexendo como se estivesse “dançando”, segundo relataram aqueles que testemunharam.

Atualmente, a sobrinha dos pastorinhos tem certeza que “Jacinta e o meu tio me protegem”. “Eu não sou ninguém, sou pecadora como todo mundo, mas acho que me protegem, sinto que eles me protegem e Nossa Senhora também”.

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