Falando sobre a preparação do Sínodo dos Bispos convocado pelo Papa Francisco para outubro de 2019 com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, o Cardeal Claudio Hummes, Prefeito Emérito da Congregação para o Clero no Vaticano, afirmou que o evento será de importância universal para a Igreja.

Segundo dom Cláudio, em coletiva de imprensa disponível no Portal A12, da Mãe Aparecida, a ideia de um Sínodo sobre a Pan-Amazônia já estava sendo pensada há algum tempo.

“Desde que foi eleito, o Papa Francisco havia manifestado que queria ouvir os bispos da Amazônia” afirmou, recordando que, quando ele veio ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro (2013), no seu discurso aos bispos brasileiros, ele fez uma longa alusão ao desejo de uma Igreja com “rosto amazônico”, autóctone, inclusive com um clero indígena.

“Segundo o Papa, os primeiros interlocutores desse Sínodo são os indígenas e o povo simples, como os ribeirinhos e todos aqueles que trabalham no interior da Amazônia. Então, precisamos chegar até eles para que possam falar”, acrescentou o purpurado.

Segundo a reportagem do Portal A12, o cardeal Hummes apontou duas grandes realidades que serão destacadas no Sínodo: a Igreja missionária na região e a própria Amazônia enquanto área ambiental que precisa ser preservada.

“Precisamos ter sempre muito claro que se trata de um encontro de Igreja, não de ONGs ou qualquer outra entidade civil ou governamental”, salientou.

Quanto ao “rosto amazônico” ou “rosto indígena” da Igreja nesta região, desejado por Francisco, o cardeal esclareceu que se trata de uma Igreja inculturada e afirmou: “Ainda temos um longo caminho a percorrer na enculturação da fé cristã nas culturas indígenas e na cultura amazônica de modo geral”.

Nesse aspecto, o Sínodo discutirá a necessidade de um clero autóctone, sobretudo indígena, para garantir a vida sacramental cotidiana dos povos amazônicos, já que os padres são escassos na região pela falta de padres.

Por fim, o cardeal afirmou que acredita que esse Sínodo dos Bispos pode se tornar um momento histórico de novos horizontes, não só para a Amazônia como para toda a Igreja universal.

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