O Papa Francisco afirmou, durante a oração do Ângelus deste domingo, 29 de outubro, na Praça de São Pedro do Vaticano, que o amor a Deus e ao próximo é o principal Mandamento, como Jesus recordou, e que sem amor não serve de nada cumprir os Mandamentos e fazer boas obras.

Antes da oração do Ângelus, o Papa comentou o Evangelho do dia, no qual um grupo de fariseus tenta colocar Jesus a prova e perguntam: “Mestre, na Lei, qual é o maior mandamento?”.

Francisco explicou que a pergunta dos fariseus era maliciosa, “porque na Lei de Moisés são mencionados mais de 600 preceitos. Como distinguir, entre estes, o grande mandamento? Mas Jesus não tem nenhuma hesitação em responder: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento’. E acrescenta: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’”.

“Esta resposta de Jesus – continuou o Santo Padre – não é algo que se deduz automaticamente, porque entre os múltiplos preceitos da lei judaica, os mais importantes eram os dez mandamentos, comunicados diretamente por Deus a Moisés, como condição do pacto de aliança com o povo”.

Mas Jesus, com sua resposta, “quer fazer entender que sem o amor por Deus e pelo próximo não existe verdadeira fidelidade a esta aliança com o Senhor. Pode fazer muitas coisas boas, cumprir muitos preceitos, mas se não tem amor, isso não serve”.

Na verdade, como argumentou o Pontífice, Jesus, com esta afirmação, não está dizendo nada contra a Lei de Moisés, ao contrário, está confirmando-a, pois no próprio Livro do Êxodo, denominado também “código da Aliança”, diz-se que “não se pode estar em Aliança com o Senhor e maltratar aqueles que desfrutam de sua proteção: a viúva, o órfão, o estrangeiro, isto é, as pessoas mais sozinhas e indefesas”.

Com sua resposta àqueles fariseus que lhe tinham interrogado, “Jesus procura também ajudá-los a colocar ordem na sua religiosidade, a restabelecer aquilo que realmente é importante e aquilo que é menos importante”.

Seguindo esse princípio, “Jesus viveu sua própria vida pregando e fazendo aquilo que realmente é importante e é essencial, isto é, o amor. O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho de fé: sem o amor, quer a vida quer a fé permanecem estéreis”.

“O que Jesus propõe nesta página do Evangelho é um ideal estupendo, que corresponde ao desejo mais autêntico de nosso coração”, sublinhou. “De fato, nós fomos criados para amar e ser amados. Deus, que é amor, nos criou para tornar-nos partícipes da sua vida, para sermos amados por Ele e para amá-lo, e para amar com Ele todas as outras pessoas. Esse é o sonho de Deus para os homens”.

Para poder cumprir esse desejo de Deus, “temos necessidade da sua graça, temos necessidade de receber em nós a capacidade de amar que provém do próprio Deus. Jesus se oferece a nós na Eucaristia justamente para isto”, concluiu.

Confira também: