O templo expiatório da Sagrada Família em Barcelona, Espanha, se converterá em Basílica depois de sua dedicação ao culto a ser realizada no próximo dia 7 de novembro em uma cerimônia presidida pelo Papa Bento XVI, à qual também assistirão os Reis da Espanha.

Em roda de imprensa para informar sobre os detalhes da visita do Papa, o Arcebispo de Barcelona, Cardeal Lluís Martínez Sistach, explicou que o motivo da mudança de designação do templo se deve à sua especial repercussão artística e isto só pode acontecer uma vez que seja consagrado.

Apenas 7.500 pessoas poderão seguir a eucaristia desde dentro do templo, cuja avaliação é para 10 mil pessoas, embora esteja prevista a instalação de telas gigantes e a instalação de cadeiras nos exteriores do templo para conseguir que meio milhão de pessoas participem da celebração.

O Cardeal explicou que os convites para estar no interior da obra iniciada pelo arquiteto Antonio Gaudí serão destinados a paróquias, conselhos pastorais, cúria, delegações diocesanas, mas o desejo expresso é que haja uma representação de famílias, doentes, jovens e deficientes físicos.

Procedente de Santiago de Compostela, que este ano celebra Ano Compostelano, o Papa chegará a Barcelona às 21 horas do sábado 6 de novembro, e se dirigirá ao Arcebispado onde passará a noite.

Catalão, castelhano e latim

Às 9:15 a.m. horas do dia seguinte realizará um percurso em Papa-móvel até o templo da Sagrada Família, onde a missa começará às 10:00 a.m. O veículo de Bento XVI dará um passeio pelos arredores do templo para poder saudar a multidão que seguirá a celebração desde o exterior.

Na celebração, em meio da qual terá lugar o rito de consagração da igreja, o Papa combinará o uso do catalão, o castelhano e o latim, como fez o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, na beatificação do Pe. Josep Tous, assinalou o Cardeal Sistach.

Às 12:00, rezará o Ângelus na fachada do Presépio do templo e, posteriormente, almoçará com os bispos e o séquito papal, que conformam uma quinzena de pessoas.

O Cardeal confirmou que o Papa visitará a Obra Benéfica Social do Menino Deus em Barcelona, onde receberá a famílias de meninos com deficiências físicas e psíquicas ou enfermidades graves.

Em concreto, ele irá à Sé do Passeio Maragall, na confluência com a Ronda Guinardó, onde se encontrava a antiga Sé do antigo Hospital do Menino Deus, cuja tarefa seguem realizando as Franciscanas do Sagrado Coração desde o final do século XIX.

"O Papa estará com estas famílias, rezará com elas e as escutará", explicou o cardeal, que sublinhou que esta visita se realizará com "muita austeridade" por desejo expresso tanto do Papa como do Arcebispado, que editou 30 mil folhetos para preparar a visita.

Sonho para 2026

Além da consagração do templo, que está previsto para acolher celebrações litúrgicas periódicas uma vez dedicado, Dom Sistach manifestou seu "sonho" de que as obras do projeto de Gaudí culminem em 2026 quando se cumpre o centenário da morte do arquiteto catalão.

No momento, não está prevista nenhuma reunião com o presidente da prefeitura catalã, José Montilla, e o protocolo de segurança que rodeará a visita está sendo trabalhado primeiro com o Ministério do Interior espanhol.

Os Reis se despedirão do Papa em seu retorno a Roma desde o Aeroporto do Prat, depois que os Príncipes de Astúrias o recebam à sua chegada no Aeroporto de Santiago.