Mesmo após o cessar-fogo firmado no final de dezembro do ano passado, a cidade síria de Aleppo continua enfrentando uma situação trágica, conforme denunciou Irmã Annie Demerjian, para quem “a Síria tem vivido cinco anos de Quaresma”.

A religiosa, que pertence à Congregação das Irmãs de Jesus e Maria, participou de um encontro promovido pelo secretariado da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) no Reino Unido, quando narrou como todos foram afetados pela guerra que já dura cinco anos na Síria e como, em Aleppo, a sobrevivência no dia a dia segue sendo difícil.

De acordo com Ir. Annie, a cidade enfrenta “uma grande falta de eletricidade”. “Por vezes – relatou –, há apenas luz uma a duas horas por dia e, às vezes, nem tanto”.  Por isso, “temos que recorrer a velas”.

A religiosa contou que há ainda “o problema com os combustíveis, porque o governo não é capaz” de realizar a distribuição. Soma-se também a essas dificuldades a falta de água.

Muitas vezes, indicou, vive-se “em uma cidade sem água”, pois a ausência de distribuição chega a atingir períodos que se estendem “por um mês, a um mês e meio”.

Além de ajudar as famílias em Aleppo, Ir. Annie também é voluntária na assistência a famílias cristãs na capital da Síria, Damasco, onde distribui vales-refeição entre pessoas deslocadas internamente por causa da guerra, provenientes sobretudo do norte do país.

As dificuldades, porém, não desanimam esta religiosa que se dedica ao serviço aos sírios e que mantém firme a esperança da paz.

“Espero um dia a ressurreição não só da Síria, mas também do Iraque e de todo o Oriente Médio”, declarou, ressaltando que “a mão de Deus está em toda parte, mesmo nos momentos difíceis”.

Em seguida, Ir. Annie Demerjian agradeceu ao apoio da Fundação ACN, que, segundo ela, tem permitido a sobrevivência de milhares de famílias cristãs na Síria.

“Dificilmente podem imaginar como tem sido preciosa essa ajuda, como têm aliviado o sofrimento” de tantas pessoas, permitindo “que elas possam continuar a viver nas suas terras, mantendo uma vida digna”.

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