O Papa Francisco disse nesta manhã que o beato Paulo VI, São João XXIII e São João Paulo II, que estiveram também na Turquia como ele neste fim de semana, “protegeram do céu a minha peregrinação, ocorrida oito anos depois daquela do meu predecessor, Bento XVI” que viajou a essa nação em 2006.

“O beato Paulo VI e São João Paulo II, que foram ambos à Turquia, e São João XXIII, que foi Delegado Apostólico naquela nação, protegeram do céu a minha peregrinação, ocorrida oito anos depois daquela do meu predecessor, Bento XVI. Aquela terra é querida por todo cristão, especialmente por ter sido o local de nascimento do apóstolo Paulo, por ter sediado os primeiros sete Concílios e pela presença, próximo a Éfeso, da ‘casa de Maria’”, explicou o Santo Padre.

Ao começo da audiência geral desta quarta-feira na Praça de São Pedro, o Papa Francisco agradeceu às milhares de pessoas presentes, apesar do mau tempo em Roma. Entre os participantes se encontravam muitos peregrinos procedentes da Argentina, México, Paraguai, Bolívia, Chile e Espanha.

Dedicou a catequese de hoje para falar especialmente de sua recente viagem à Turquia que ocorreu entre os dias 28 e 30 de novembro. “Agora vos convido a dar graças ao Senhor por sua realização e para que possa dar frutos de diálogo seja nas nossas relações com os irmãos ortodoxos, seja com os muçulmanos, seja no caminho rumo à paz entre os povos”.

Depois de agradecer às autoridades do país pela acolhida e pela trabalhosa organização da visita, agradeceu aos bispos do país e ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, com quem celebrou a festa de Santo André e assinou uma declaração ecumênica, pelo cordial acolhimento.

O Santo Padre fez um resumo dos três dias que esteve em terras turcas.  O primeiro dia recordou que saudou as autoridades do país, de maioria muçulmana, embora em sua Constituição estabeleça a laicidade do estado, e “falamos da violência”.

“Por isso insisti na importância de que cristãos e muçulmanos se empenhem juntos para a solidariedade, para a paz e a justiça, afirmando que todo Estado deve assegurar aos cidadãos e às comunidades religiosas uma liberdade de culto”.

O segundo dia visitou alguns dos lugares-símbolo das diversas confissões presentes no país, algo que Francisco fez “sentindo no coração a invocação ao Senhor, Deus do céu e da terra, Pai misericordioso de toda a humanidade”.

Na Catedral do Espírito Santo em Istambul o Papa presidiu uma Eucaristia com fiéis dos diversos ritos católicos e representantes da Igreja ortodoxa onde “juntos invocamos o Espírito Santo, Aquele que faz a unidade da Igreja: unidade na fé, unidade na caridade, unidade na coesão interior”.  

“No nosso caminho de diálogo ecumênico e também da nossa unidade, da nossa Igreja católica, Aquele que faz tudo é o Espírito Santo. Cabe a nós deixá-lo fazer, acolhê-Lo e seguir as suas inspirações”, explicou na Praça de São Pedro diante de milhares de pessoas congregadas e com debaixo da chuva que caía.

O último dia, festa de Santo André Apóstolo, o Pontífice consolidou as relações com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla renovando “o empenho recíproco em prosseguir no caminho rumo o restabelecimento da plena comunhão entre católicos e ortodoxos” e assinando uma declaração.