O Arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), Dom José Gomez, alertou que o presidente eleito Joe Biden pretende preservar a sentença Roe vs. Wade que legalizou o aborto no país na década de 1970, assim como rejeitar a Emenda Hyde, que atualmente impede o uso de verbas federais para essa prática.

Assim indicou o Prelado nesta terça-feira, 17 de novembro, durante o seu discurso na Assembleia Plenária dos Bispos norte-americanos que está ocorrendo de forma virtual.

Embora o presidente eleito “tenha nos dado razões para acreditar que seu compromisso de fé o moverá a apoiar algumas boas políticas” relacionadas à reforma migratória e ao racismo, “também nos deu motivos para acreditar que apoiará políticas contrárias a alguns valores fundamentais que nos são caros como católicos”, lamentou o Prelado.

“Essas políticas incluem a rejeição da Emenda Hyde e a preservação da sentença Roe vs. Wade. Todas essas políticas minam nossa prioridade absoluta de eliminação do aborto”, enfatizou o Arcebispo.

As políticas contrárias aos valores fundamentais, continuou Dom Gomez, incluem a restituição do mandato abortista aprovado durante a administração de Barack Obama que obriga as instituições a oferecer planos de saúde que incluam esterilização, anticoncepcionais e aborto, “assim como a aprovação da lei sobre igualdade e tratamento desigual das escolas católicas”.

A lei da igualdade busca defender a ideologia de gênero nos Estados Unidos e, nesse sentido, a agenda LGBT no país. No final de outubro, Biden disse que essa norma deveria ser "uma prioridade legislativa durante meus primeiros 100 dias, uma prioridade à qual Donald Trump se opõe".

Dom Gomez explicou que as políticas que chamou de contrárias aos valores fundamentais são “uma séria ameaça ao bem comum quando um político as apoia. Opusemo-nos forte e amplamente a estas políticas e continuaremos fazendo”.

“Quando os políticos que professam a fé católica as apoiam, surgem problemas adicionais. Entre outras coisas, cria confusão entre os fiéis sobre o que a Igreja realmente ensina sobre esses temas. Então essa é uma situação difícil e complexa”, finalizou.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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