Um presépio em tamanho real foi alvo de vandalismo na última semana na arquidiocese do Rio de Janeiro.

A representação do nascimento de Jesus estava localizada em frente ao Palácio São Joaquim, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no bairro da Glória e portava em sua compisição uma mensagem contra a corrupção no país. Na manhã do dia 4 de janeiro, o artista plástico autor da obra, Padre Wanderson José Guedes, informou que o presépio havia sido depredado por alguns indivíduos na noite anterior.

Em uma postagem feita no Facebook, o sacerdote disse ter sido informado por moradores de rua que um grupo teria passado pelo local por volta das 23h30 do dia 3 de janeiro e destruído o presépio.

“Já sabíamos que algo poderia acontecer. Desde que montamos o presépio, recebi várias mensagens com críticas à montagem. Não foi um ato de intolerância religiosa. Foi uma ação política”, afirmou.

Há 14 anos, Pe. Wanderson monta o presépio e, segundo a Arquidiocese do Rio de Janeiro, ele levou cerca de nove anos para confeccionar este último, que era composto por 72 peças, cuja elaboração envolveu mais de 90 voluntários.

O ato de vandalismo, porém, não desanimou o sacerdote, que já informou que, “contra todo ódio e desesperança, queremos dizer que não deixaremos nos abater”.

“É isso que interessa para nós: continuar evangelizando, por mais difícil que seja. É claro que o coração fica apertado, mas alguma coisa boa podemos tirar disso, nem que seja a força para recomeçar. E vamos recomeçar: ano que vem estaremos lá de novo”, declarou ao site ArqRio.

O caso está sendo investigado pela 9ª Delegacia de Polícia (do Catete), que busca imagens de câmeras de segurança instaladas nas imediações.

Frente ao ocorrido, Pe. Wanderson expressou que “a mensagem da paz e do amor veio através desse ato de ódio, porque faz parte da Igreja saber perdoar e lidar com tudo. Claro que não compactuar com isso. Mas o perdão é intrínseco”.

“Resta-nos a esperança de ter uma sociedade melhor, mais marcada pela justiça e pela paz. Não podemos perder a esperança. Esse deve ser para nós um sinal de estímulo para continuarmos”, disse o sacerdote ao site da Arquidiocese.

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