O diretor do Instituto de Bioética da Universidade Católica de La Plata, Juan Carlos Caprile, considerou que a pílula do dia seguinte não deve identificar-se como um "anticoncepcional de emergência, mas sim como um aborto de emergência", dado que entre seus efeitos está o de evitar que um óvulo fecundado se implante no útero materno.

Para o perito, a pílula do dia seguinte que o governo argentino distribui gratuitamente no sistema público de saúde desde segunda-feira, "é abortiva porque diminui notavelmente a espessura da parte interna do útero (endométrio) não permitindo que se fixe o embrião entre os 7 e 14 dias de ocorrida a concepção, eliminando-o".

Caprile assinalou que "está comprovado pelos últimos adiantamentos científicos da biologia molecular que a penetração do espermatozóide no óvulo marca o início da vida humana , e portanto desde esse momento é um novo indivíduo único e irrepetível que possui toda a informação necessária para ir desenvolvendo suas capacidades".

"É por isso que tem o direito à vida mencionado na Constituição Argentina, na Declaração dos Direitos humanos e nos Direitos da Criança. Deve ser tratado com a dignidade que merece por sua condição de Pessoa em sua conformação física, biológica e espiritual com um sentido da Transcendência", destacou.

Nesta Semana o Governo de Néstor Kirchner iniciou a distribuição gratuita da pílula do dia seguinte nos Centros Assistenciais Públicos de todo o país como parte do programa nacional de Saúde Sexual e Procriação Responsável.