Um recente estudo de investigadores da Universidade de Nottingham (Reino Unido) revela que a pílula abortiva do dia seguinte não só fracassou em diminuir o número de gravidezes adolescentes, mas também está vinculada ao aumento de Doenças sexualmente transmissíveis (ou DSTs) em menores de 16 anos.

Em declarações recolhidas pelo jornal britânico The Daily Telegraph, o professor David Paton, um dos profissionais responsáveis pela investigação, afirmou que "encontramos que a oferta gratuita da pílula do dia seguinte não obteve o efeito desejado de reduzir as gravidezes de adolescentes, mas teve a conseqüência desafortunada de aumentar as infecções de transmissão sexual".

A pílula do dia seguinte foi utilizada pelo governo britânico como parte de sua estratégia contra gravidezes de adolescentes desde 1999.

Em seu estudo chamado "O impacto dos anticoncepcionais de emergência na gravidez de adolescentes e DSTs", os investigadores usaram dados das autoridades inglesas para examinar o impacto do maior acesso à pílula do dia seguinte por parte dos adolescentes britânicos.

Os cientistas compararam zonas do Reino Unido onde se implementou a distribuição gratuita da pílula a adolescentes, com áreas nas que o plano governamental ainda não tinha sido implantado.

Os resultados mostraram que em ambas as zonas o índice de gravidez em meninas menores de 16 anos permanecia igual, entretanto as enfermidades de transmissão sexual tinham aumentado em 12 por cento nas áreas onde a pílula era distribuída gratuitamente.

Os cientistas acreditam que a causa deste fracasso radica em que o livre acesso à pílula fomenta comportamentos sexuais de risco.

Por sua parte, Norman Wells, diretor da organização britânica pró-família Family Education Trust, disse que as investigações em nível internacional "falharam consistentemente em encontrar qualquer evidência de que os anticoncepcionais de emergência obtenham uma redução nas taxas de gravidezes e abortos".

"Mas agora temos evidência que mostra que elas não só falham em fazer qualquer bem, mas que de fato estão fazendo mal", assinalou Wells.

A pílula do dia seguinte, também conhecida como "anticoncepção oral de emergência" (AOE) é um fármaco cuja dose é 5 a 15 vezes maior que a dos anticoncepcionais comuns. Esta não serve para curar nem prevenir enfermidade alguma.

Ingerir as duas pastilhas sugeridas equivale a tomar 50 anticoncepcionais juntos. Um de seus efeitos medicamente provados, embora negado pelos grupos abortistas, é impedir a nidação ou implantação do óvulo fecundado ou embrião, produzindo um aborto. A Food and Drugs Adminstration (FDA) dos Estados Unidos, o organismo governamental que garante a salubridade dos mantimentos e os remédios nesse país, reconhece este efeito.