Uma pesquisa revelou que os norte-americanos são a favor de restaurar as restrições ao aborto nos estados, favorecer sua proibição depois das 20 semanas de gravidez e votar em políticos que restringirão esta prática.

Esses resultados foram lançados por Marist Poll, a pesquisa nacional de opinião pública realizada por Marist Institute for Public Opinion do Marist College, de Nova York. Durante o estudo, grande parte dos entrevistados se identificou como “pro-choice” (pró-escolha), ou seja, que não se opõem à prática do aborto.

Os resultado datam de janeiro de 2020 e os estudos foram patrocinados por Cavaleiros de Colombo, a maior instituição de caridade leiga do mundo.

Enquanto a pesquisa avalia a opinião dos norte-americanos, os observadores especulam que a Suprema Corte dos EUA poderia revisar a decisão Roe vs. Wade de 1973 e outros precedentes que exigem o aborto legal e todo o país.

“A maioria dos norte-americanos quer que a Corte reinterprete a Roe, seja detendo o aborto legalizado ou devolvendo o tema aos estados”, disse o Cavaleiro Suprema dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson, em 22 de janeiro.

De acordo com a pesquisa, 55% dos norte-americanos respaldam a proibição do aborto depois das 20 semanas de gestação. Além disso, 45% dos entrevistados pro-choice respaldaram tal proibição, assim como 69% dos entrevistados que se identificaram como pró-vida.

Das pessoas que responderam e se identificaram como pro-choice, 41% disseram que estão mais predispostas a votar em candidatos que respaldam as restrições ao aborto. Mais de 90% dos que se identificaram como pró-vida disse o mesmo.

Anderson considerou que o respaldo às restrições ao aborto entre os norte-americanos pro-choice “mostra o quanto é enganoso combinar o termo pro-choice com o respaldo de posições pró-aborto radicais que pedem o aborto sem restrições”.

Aproximadamente 65% dos entrevistados disseram que estariam mais inclinados a votar em candidatos que limitam o aborto no máximo aos primeiros três meses de gravidez. Desses 65%, 88% são republicados, 62% não são filiados e 44% são democratas.

A pesquisa também indicou que 55% dos norte-americanos se identificam como pro-choice, enquanto 40% se identifica como pró-vida.

Além disso, assinala que os norte-americanos poderia concordar com as mudanças no status quo do aborto se a Suprema Corte voltar a revisar Roe vs. Wade. Dos entrevistados, 46% disseram que a Suprema Corte deve permitir que os estados determinem as restrições ao aborto, 16% gostariam que a Corte declarasse ilegal o aborto e apenas 33% disseram que a Corte deveria permitir o aborto legal sem restrições em qualquer momento da gestação.

Quanto à dedicação dos eleitores às suas opiniões sobre o aborto e a proteção legal para os nascituros, “a intensidade é mais forte nos pró-vida”: 45% dos entrevistados que se identificam como pró-vida disseram que a questão do aborto é um fator principal na escolha do presidente, em comparação com 35% dos entrevistados que se identificam como pro-choice, segundo o estudo.

Quanto perguntados se as leis podem proteger tanto a mãe como o nascituro, 80% dos entrevistados disse que sim.

Uma esmagadora maioria dos entrevistados, 75% contra 21%, se opôs ao financiamento do aborto no exterior por parte dos contribuintes. Quase 60% se opõem ao financiamento do aborto pelos contribuintes nos Estados Unidos e outros 52% apoiam a necessidade de ultrassom para as mulheres antes de praticarem o aborto.

A pesquisa Marist Poll consultou 1.237 adultos entre 7 e 12 de janeiro. Essa afirma uma significação estatística de mais ou menos 3,7 pontos percentuais e, entre os 1.070 eleitores registrados que responderam, a significância estatística é mais ou menos 4 pontos percentuais.

A decisão do caso judicial de Roe contra Wade, ou Roe vs. Wade, legalizou o aborto nos Estados Unidos desde 1973 e permitiu o extermínio legal de mais de 60 milhões de bebês no ventre materno.

No caso, Norma McCorvey (sob o pseudônimo de Jane Roe) alegou ter sido estuprada por uma gangue e engravidado. Seus advogados, recém-formados na Faculdade de Direito do Texas, convenceram-na de que deveria fazer um aborto em vez de dar o bebê em adoção. Enquanto o caso foi avaliado, o bebê nasceu e foi dado em adoção.

Em 1987, McCorvey admitiu que mentiu e que o pai de seu bebê era alguém que ela conhecia e amava. Vinte anos depois, Norma se converteu ao catolicismo e dedicou sua vida a promover a defesa dos nascituros até sua morte em 2017.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, assinalou no ano passado que a decisão do caso Roe vs. Wade “deu as costas ao direito à vida”, mas também gerou “um movimento nascido do amor e da compaixão, incentivado pela fé e pela verdade, um movimento que conquistou corações e mentes a cada dia”, referindo-se à Marcha pela vida.

 Publicado originalmente por CNA. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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