O Pe. Tom Uzhunnalil, sacerdote salesiano que ficou sequestrado durante 18 meses pelo Estado Islâmico (ISIS), receberá no dia 10 de dezembro deste ano o Prêmio Internacional Madre Teresa por “ser uma pessoa compassiva” e decidir permanecer, apesar do perigo, no lar de idosos das Missionárias da Caridade no Iêmen até o momento do ataque dos jihadistas em março de 2016.

Este reconhecimento é concedido a todas as pessoas que, através do seu serviço, promoveram a justiça social. O prêmio é concedido desde 2005 pela Fundação Harmony, instituição criada na Índia para promover a coexistência pacífica e solidária entre as diferentes religiões e sociedades.

Abraham Mathai, diretor e fundador da organização, disse ao jornal Gulf News India que o Pe. Tom “foi um exemplo inspirador por ter sido uma pessoa compassiva e por continuar o seu trabalho no asilo das Missionárias da Caridade, no Iêmen , apesar de ter a opção de deixar o país”.

“Elogiamos a dedicação e o compromisso do Pe. Tom por trabalhar em um lugar de grande perigo onde seus colegas foram assassinados a sangue frio”, continuou e recordou as quatro religiosas, uma delas indiana, que foram assassinadas pelos terroristas do ISIS.

Mathai também expressou que a Fundação Harmony está muito agradecida ao Sultão de Omã, Qabus ibn Sa'id Al Sa’id, pelos “seus esforços a fim de garantir a libertação do Pe. Tom das mãos do ISIS” e pela “sua resposta ao Vaticano, que resultou na posterior libertação do sacerdote que permaneceu no cativeiro durante mais de 18 meses”.

O diretor da organização explicou que, em 2017, o lema do prêmio é “Compaixão além das fronteiras, uma resposta compassiva à crise dos refugiados” e indicou que o objetivo é “conscientizar e agir na comunidade internacional”.

A cerimônia de premiação será em 10 de dezembro, na cidade de Mumbai, no estado de Maharashtra, e o convidado de honra será o vice-presidente da Índia, Venkaiah Naidu.

Entre as personalidades internacionais que receberam o Prêmio Madre Teresa estão: Malala Yousafzai; Dalai Lama; o presidente de Gana, Nana Akufo-Addo; e as organizações humanitárias como Médicos Sem Fronteiras e Capecetes Brancos.

O Pe. Tom Uzhunnalil voltou para a Índia em 28 de setembro, depois de permanecer durante duas semanas em Roma, para onde foi levado depois da sua libertação no dia 12 de setembro.

O sacerdote foi recebido em Nova Deli pelo Primeiro-Ministro, Narendra Modi, e pelo ministro das Relações Exteriores, Sushma Swaraj. Nessa cidade, encontrou com o seu irmão Mathew e com a sua irmã Mary e participou de uma Missa celebrada na Catedral do Sagrado Coração para agradecer por sua libertação. Calcula-se que cerca de duas mil pessoas estiveram presentes.

Em seguida, o Pe. Tom viajou em 29 de setembro a Bangalore, para reunir-se com a comunidade de salesianos e bispos da Índia. Em 1º de outubro, partiu para o estado de Kerala, onde visitará Ramapuram, a sua cidade natal, para encontrar-se com seus entes queridos.

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