O coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL), Oswaldo Payá Sardiñas, convidou ao conhecido representante da teologia da liberação, o brasileiro Alberto Libanio Christo (Frei Betto), a um debate sobre as mudanças pacíficas que o povo quer para Cuba, assim seja nos meios de comunicação onde o controvertido frade se expressa a favor do poder dos irmãos Castro.

"Eu o convido Senhor Frei Betto a um debate ou diálogo sobre isto e sobre o que você deseje, nos meios de difusão cubanos (como o diário oficial Granma), que paga o povo, mas que você usa e nós não podemos usar para expressar-nos", manifestou em um artigo.

Em seu texto, Payá criticou Frei Betto por ser em Cuba "um homem do palácio" que não defende o povo, "mas o status da minoria de poder". "Betto –acrescentou-, oculta a tentativa do regime comunista, de descristianizar nossa vida, nossa cultura", e que isto era imprescindível ao poder para submeter ao povo e "apropriar-se perversamente da pessoa humana".

Nesse sentido, afirmou que este representante da teologia da liberação foi em Cuba "a antítese da liberação, pois propagou a doutrina da submissão, do condicionamento, do alinhamento dos fiéis com o totalitarismo como condição para o respeito ao culto religioso".

"Com seu apoio a um regime opressivo, ele não defende o direito nem a liberdade de consciência, mas nega o direito dos seres humanos cuja fonte é a primeira liberdade, sem condições, a liberdade dos filhos de Deus", advertiu.

Payá disse que "se Frei Betto quer servir a causa da justiça e a paz, que promova o diálogo entre cubanos, sem exclusões, como homens e mulheres livres. Embora terá que fazê-lo desde o exterior, porque se ele se atreve a fazê-lo, já não entrará mais a Cuba. Ao menos por agora. Ele sabe disto, ele sabe que aqui ele tampouco é livre, embora possa ser livre se ele se unir ao espírito do Movimento Cristão Liberação".

A íntegra (em espanhol) do texto de Payá está em: http://www.oswaldopaya.org/es/2010/04/05/la-fé-dos-cubanos-pelo Oswaldo-paya/