Nos dias de Natal, um pastor cristão foi detido novamente no Irã, logo depois de já ter sido detido, preso e liberado após cumprir uma sentença de quase três anos na prisão por sua conversão religiosa do Islã ao Cristianismo.

O pastor iraniano Yousef Nadarkhani, de 35 anos de idade, foi encarcerado em 2009 logo depois de queixar-se com as autoridades locais que seu filho foi obrigado a ler o Corão no colégio.

Posteriormente, o líder cristão foi acusado pelo governo local de ter abandonado o Islã, a fé de seus descendentes, e ordenaram que ele se retrate ou seria executado. Apesar disso seguiu firme em suas crenças cristãs, sem deixar-se intimidar pelas numerosas ameaças recebidas.

Em fevereiro de 2012 foi emitida uma sentença de morte para o pastor que não foi cumprida graças à  pressão exercida pelo Centro Americano de Lei e Justiça (CALJ), encabeçado por Tiffany Barrans, Diretora Legal da instituição, captando a atenção internacional e liderando a pressão das Nações Unidas e do Brasil, um dos principais sócios econômicos do Irã desde o governo Lula.

Graças à pressão internacional, o líder religioso foi absolvido em setembro, sob o cargo de apostasia e pôde retornar à sua família.

Após o segundo encarceramento do Pastor, Barrans explicou ao grupo ACI neste 2 de janeiro que "historicamente o Irã tomou fortes medidas contra a comunidade cristã na temporada natalina. Este ano não houve exceções".

Tiffany Barrans advertiu ainda que "faltar à palavra não é nada novo no regime iraniano" e denunciou que o governo violou os termos da sentença prévia encarcerando novamente o pastor. Ela explicou que o advogado que seguia o caso está na prisão, deixando assim o pastor com escassos recursos legais à sua disposição.

A diretora legal do CALJ indicou que outro pastor de 32 anos de idade, de nomeie Abedini, quem também se converteu do Islã ao Cristianismo e que se encontra sob prisão domiciliar, enquanto que sua esposa e filhos estão nos Estados Unidos, pedindo sua libertação. Entre seus planos estava o de começar lugares de culto cristão clandestinos em algumas casa, o que somou-se às razões argumentadas pelas autoridades para sua detenção. Em 2009 chegou-se a um acordo com o governo iraniano que lhe permitiu viajar livremente dentro e fora do país.

Em conformidade com este acordo, Abedini voltou sua atenção para os esforços humanitários com os orfanatos não religiosos no país, disse. Entretanto, durante uma de suas viagens visitando um destes lugares onde também visitou sua família, foi detido de maneira ilegal em setembro do ano passado.

Tiffany Barrans pede aos cristãos do mundo que rezem por ambos pastores e assinalou que o CALJ segue trabalhando para procurar a libertação segura dos dois. "Vamos seguir trabalhando com vários líderes mundiais para assegurar que o Irã se faz responsável por suas violações do direito à liberdade religiosa", acrescentou.