O Papa Francisco recebeu na segunda-feira em audiência, na sala do Consistório do Palácio Apostólico, os participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências, realizada no Vaticano de 25 a 29 de novembro, sobre o tema “Ciência e Sustentabilidade”.

“A passagem do tempo revela sempre melhor o valor de vossa contribuição tanto no progresso da ciência como por causa da cooperação entre os seres humanos e, em particular, pelo cuidado do planeta no qual deus nos colocou para viver”, expressou o Papa diante do grupo de cientistas entre os quais se encontrava Stephen Hawking.

Francisco fez referência a “uma renovada aliança entre a comunidade científica e a comunidade cristã, que vem convergir seus diversos enfoques da realidade para esta finalidade compartilhada de proteger a casa comum, ameaçada pelo colapso ecológico e pelo consequente aumento da pobreza e da exclusão social”.

O Pontífice também falou sobre a importância do “desenvolvimento humano integral, da paz, da justiça, da dignidade e da liberdade do ser humano”.

“Na modernidade, crescemos pensando ser proprietários e donos da natureza, autorizados a saqueá-la sem consideração sobre suas potencialidades secretas e leis evolutivas, como se se tratasse de um material inerte a nossa disposição, produzindo entre outras coisas uma gravíssima perda da biodiversidade”.

Para frear isso, o Papa ressaltou a necessidade de uma “conversão ecológica” na qual se tome “plena assunção da responsabilidade humana para com a criação e os seus recursos, na busca da justiça social e a superação de um sistema injusto que produz miséria, desigualdade e exclusão”

Em seguida, convidou os cientistas a “construir um modelo cultural para enfrentar a crise das mudanças climáticas e de suas consequências sociais, para que as enormes potências produtivas não estejam reservadas somente a alguns poucos”.

Do mesmo modo, pediu-lhes para proteger os ecossistemas “antes que as novas formas de poder produzam danos irreversíveis não somente ao meio ambiente, mas também à convivência, à democracia, à justiça e à liberdade”.

Por fim, o Pontífice os encorajou a não perder a esperança e tentar “aproveitar o tempo que o Senhor nos dá”. “Existem inúmeros sinais encorajadores de uma humanidade que quer reagir, escolher o bem comum e regenerar-se com responsabilidade e solidariedade”.

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