No final de abril, o Papa Francisco se reunirá no Vaticano com três vítimas de abusos sexuais cometidos pelo sacerdote chileno Fernando Karadima.

Assim confirmou a Sala de Imprensa da Santa Sé ao Grupo ACI. O encontro será na Casa de Santa Marta, algumas semanas antes da reunião do Papa com os bispos do Chile falar sobre o relatório sobre os testemunhos que acusam Dom Juan Barros, Bispo de Osorno, de encobrir os abusos sexuais cometidos por Fernando Karadima.

Em sua carta, assinada no último dia 8 de abril, o Papa convocou os bispos do Chile a Roma e também admitiu que cometeu “equívocos de avaliação” neste caso, por isso, peço “perdão a todas as pessoas que ofendi”.

Em 16 de janeiro de 2011, a Santa Sé declarou Fernando Karadima culpado de cometer abusos sexuais contra menores, e proibido perpetuamente de exercer as suas funções sacerdotais e obrigado a retirar-se a uma vida de oração e de penitência.

Em março de 2017, a justiça chilena rechaçou a denuncia apresentada por Juan Carlos Cruz, James Hamilton e José Murillo, contra o Arcebispado de Santiago por suposto encobrimento dos abusos, no qual pediram uma indenização de 450 milhões de pesos chilenos (cerca de 640 mil dólares).

Uma das principais acusações de encobrimento é dirigida a Dom Juan Barros, Bispo da Diocese de Osorno desde 2015, que sempre se declarou inocente.

Em 18 de janeiro, antes de celebrar a Missa em Iquique (Chile), o Papa Francisco disse aos jornalistas: “No dia que me trouxerem uma prova contra Dom Juan Barros, eu vou falar a respeito. Não há nenhuma prova contra ele. Tudo é calúnia. Está claro?”.

Entretanto, na coletiva de imprensa no avião papal de volta a Roma, o Papa pediu desculpas por ter usado a palavra "prova" e não "evidência", e pediu "desculpe se os feri sem perceber".

O Santo Padre também explicou na ocasião que Dom Barros havia apresentado a sua renúncia em duas ocasiões, mas as rechaçou porque "não há evidências".

Em fevereiro, o Papa enviou ao Chile Dom Charles Scicluna, Presidente do Colégio para o exame de recursos em matéria de delitos graves da Sessão Ordinária da Congregação para a Doutrina da Fé, para “ouvir algumas pessoas que manifestaram ter provas do suposto encobrimento de abusos por parte do Bispo de Osorno, Dom Juan Barros”.

Dom Scicluna elaborou um relatório com os diferentes testemunhos recolhidos no Chile e o entregou ao Santo Padre.

Depois de receber o relatório, o Papa Francisco convidou os 32 bispos deste país a Roma, para falar a respeito do tema. A reunião a ser realizada na terceira semana de maio, os bispos levarão um plano de renovação e não descartam a possibilidade de que o Pontífice “peça para alguns (bispos) que deixem a sua diocese”.

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