Nesta quarta, 12, milhares de fiéis se reuniram na Praça S. Pedro às vésperas do Consistório no próximo sábado, dia 22, quando o Colégio Cardinalício ganhará 19 novos membros, incluindo o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani J. Tempesta, o Papa continuou sua reflexão sobre os sacramentos exortando os fiéis a não terem medo de aproximar-se do sacerdote para pedir perdão pelos pecados cometidos contra Deus e contra os irmãos.

Na ocasião o Sumo Pontífice ressaltou que este Sacramento provém diretamente do mistério pascal, quando disse aos discípulos: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados”.
Papa quis deixar claro que o “perdão dos nossos pecados não é algo que possamos dar-nos a nós mesmos”.

“Eu não posso dizer: ‘Eu me perdoo os pecados’. O perdão se pede, se pede a outro, e na Confissão pedimos perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas é dom do Espírito Santo, que derrama sobre nós a graça e a misericórdia do Pai”, asseverou o Pontífice

Para aqueles que dizem: ‘Eu me confesso somente com Deus’, o Papa recordou que os nossos pecados são também contra os irmãos e a Igreja e por isso é necessário pedir perdão a eles na pessoa do sacerdote.

Segundo explica a nota publicada hoje pela Rádio Vaticano, o Santo Padre assinalou que embora a forma ordinária da Confissão seja pessoal e secreta, não se deve perder de vista a sua dimensão eclesial. Por isso, não basta pedir perdão a Deus no íntimo do próprio coração, mas é necessário confessar os pecados ao sacerdote. Este, no confessionário, não representa apenas Deus, mas toda a comunidade eclesial, a qual se reconhece na fragilidade dos seus membros, constata comovida o seu arrependimento, reconcilia-se com eles e encoraja-os no caminho de conversão e amadurecimento humano e cristão.

Aos que se envergonham do seu pecado, o Pontífice dirigiu as seguintes palavras:  “Também a vergonha é boa, vergonhar-se é saudável. Porque quando uma pessoa não tem vergonha, no meu país dizemos “sem vergonha”, sin verguenza. (...) Mas a vergonha também faz bem, porque nos torna mais humildes. (...) Não tenham medo da Confissão, porque dela se sai mais “livre, grande, belo, perdoado e feliz”.  

“Seja corajoso e vá se confessar”, exortou.

Francisco concluiu sua catequese ressaltando que o Sacramento da Reconciliação significa deixar-se envolver no abraço da misericórdia infinita do Pai. E citou a parábola do filho pródigo, que ao voltar para casa sentindo tanta culpa e vergonha, ficou surpreso com o abraço que recebeu do Pai.
“Toda vez que nós nos confessamos, Deus nos abraça, Deus faz festa. Prossigamos nesta estrada”, finalizou.

No final de sua catequese, o Pontífice se dirigiu de modo especial aos fiéis do Rio de Janeiro que acompanham Dom Orani João Tempesta na ocasião de sua criação como cardeal e disse:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos vos saúdo, especialmente aos fiéis de São Sebastião do Rio de Janeiro com o vosso pastor Dom Orani João Tempesta, desejando-vos que nada e ninguém possa impedir-vos de viver e crescer na amizade de Deus Pai; mas deixai que o seu amor sempre vos regenere como filhos e vos reconcilie com Ele, com vós mesmos e com os irmãos. Desça, sobre vós e vossas famílias, a abundância das suas bênçãos.”
Os novos 19 cardeais são:
1 – Dom Pietro Parolin, Secretário de Estado.
2 – Dom Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos e Ex-Núncio apostólico no Brasil.
3 – Dom Gerhard Ludwig Muller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
4 – Dom Beniamino Stella, Prefeito da Congregação per o Clero.
5 – Dom Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster (Grã Bretanha).
6 – Dom Leopoldo José Brenes Solórzano, Arcebispo de Manágua (Nicarágua).
7 – Dom Gérald Cyprien Lacroix, Arcebispo de Québec (Canadá).
8 – Dom Jean-Pierre Kutwa, Arcebispo de Abidjã (Costa do Marfim).
9 – Dom Orani João Tempesta, O.Cist., Arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil).
10 – Dom Gualtiero Bassetti, Arcebispo de Perúgia-Città della Pieve (Itália).
11 – Dom Mario Aurelio Poli, Arcebispo de Buenos Aires (Argentina).
12 – Dom Andrew Yeom Soo jung, Arcebispo de Seoul (Coreia).
13 – Dom Ricardo Ezzati Andrello, S.D.B., Arcebispo de Santiago do Chile (Chile).
14 – Dom Philippe Nakellentuba Ouédraogo, Arcebispo de Ouagadougou (Burquina Faso).
15 – Dom Orlando B. Quevedo, O.M.I., Arcebispo de Cotabato (Filipinas).
16 – Dom Chibly Langlois, Bispo de Les Cayes (Haiti).
3 cardeais não-eleitores (mais de 80 anos):
1 – Dom Loris Francesco Capovilla, Arcebispo emérito de Mesembria.
2 – Dom Fernando Sebastián Aguilar, C.M.F., Arcebispo emérito de Pamplona.
3 – Dom Kelvin Edward Felix, Arcebispo emerito de Castries.