Depois de pronunciar a sua homilia na Missa celebrada no Campus Lobito em Iquique, o Papa Francisco coroou a imagem da Virgem do Carmo de La Tirana como Rainha e Mãe do Chile.

Essa devoção mariana é considerada a padroeira do país sul-americano e a sua festa é comemorada no dia 16 de julho, quando centenas de milhares de fiéis peregrinam ao santuário dedicado a ela, na região norte do Chile.

Durante a Eucaristia, um casal jovem que realiza as danças tradicionais dedicadas a essa devoção apresentaram ao Papa duas coroas, uma para a Virgem e outra para o Menino Jesus que ela carrega em seus braços. Depois de abençoá-las, o Pontífice caminhou em direção à imagem e coroou ambos.

Em sua visita ao Chile em 1987, São João Paulo II fez o mesmo com a imagem da Virgem do Carmo que se encontra no Santuário Nacional de Maipú.

O reitor do Santuário de Nossa Senhora do Carmo de La Tirana, Pe. Javier Sáez, disse ao Grupo ACI que a coroação é “um presente” necessário que “nos impulsiona a seguir trabalhando e a nos sentirmos mais unidos na fé como verdadeiros cristãos”.

“O que nós precisamos é renovar a fé, poder encontrar novamente o que se está perdendo, que é a presença de Deus, a presença de Cristo na nossa vida”, expressou.

A história do Santuário

O Santuário de Nossa Senhora do Carmo de La Tirana, localizado a 75 quilômetros de Iquique, foi construído em 1550, por decisão de Frei Antonio Rondón, da Ordem das Mercês, responsável pela evangelização das regiões de Tarapacá e Pica.

O frade se inspirou em uma cruz cristã encontrada em meio à floresta de tamarugos.

Sob essa cruz, segundo a lenda, foram enterrados um prisioneiro português chamado Vasco de Almeyda e Huillac Ñusta, filha de um sacerdote inca, que se apaixonaram apesar da desaprovação do povoado indígena e foram assassinados com flechas.

Esses dez mil índios chegaram de Cusco em 1535, durante a primeira expedição espanhola ao Chile liderada por Diego de Almagro junto com quinhentos espanhóis. Mas, libertaram-se para combater a colonização, encorajados por Huillac Ñusta, que recebeu o apelido “La Tirana del Tamarugal”.

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