O último relatório trimestral da Netflix indica que a empresa de streaming teve uma grande perda de assinantes durante o período em que ameaçou não filmar mais conteúdo e se retirar do estado da Geórgia (Estados Unidos) caso a nova lei que penaliza o aborto após a detecção do batimento cardíaco fetal entre em vigor.

De acordo com o relatório dos acionistas, a Netflix perdeu mais de 100 mil assinantes quando esperava ganhar mais de 300 mil; e em nível mundial, ganhou apenas 2,7 milhões de assinantes, dos 5 milhões que havia projetado. Esta situação não acontecia desde 2011.

Antes do lançamento do relatório, as ações da Netflix subiam mais de 35%. No entanto, após a publicação, caíram em 10%.

A Netflix colocou a culpa no seu conteúdo, no aumento dos preços em algumas regiões e outros fatores que causaram os baixos números. Indicou que esperam um crescimento de 7 milhões de usuários no terceiro trimestre.

O jornal ‘Daily Signal’ indicou, em 18 de julho, que tentou entrar em contato com a Netflix para saber se acham que as pessoas pró-vida que cancelaram suas contas foram responsáveis pela perda, mas não receberam resposta.

A ativista pró-vida Lila Rose, presidente e fundadora da organização Live Action, escreveu em seu Twitter: “Quando a Geórgia aprovou o projeto Heartbeat, a Netflix ameaçou parar de fazer negócios no estado pró-vida. Milhares de clientes pró-vida expressaram sua indignação. Agora, o último trimestre da Netflix mostra uma grande queda nos assinantes”.

O governador da Geórgia, Brian Kemp, assinou a lei em 7 de maio, mas entrará em vigor somente em 1º de janeiro do próximo ano. No entanto, espera-se que os promotores do aborto recorram a alguma medida legal para tentar impedi-la.

A Lei de "Justiça e Igualdade para Crianças Vivas" LIFE (Vida, na sigla em inglês) permite o aborto apenas até a 6ª semana de gestação. Atualmente, o aborto é legal na Geórgia até a 20ª semana.

Em 28 de maio, Netflix anunciou que poderia se retirar do estado caso a lei pró-vida prevalecesse.

A Geórgia é um dos oito estados a aprovar leis em favor da vida em 2019. Espera-se que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos decida no futuro anular a sentença do caso Roe vs. Wade, que em 1973 legalizou o aborto no país.

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