O Secretário Geral da Conferência Episcopal Argentina (CEA), Dom Carlos Malfa, chamou os abusos sexuais cometidos por membros do clero de “uma verdadeira perversão do ministério sacerdotal e, como já foi dito, não há lugar para os pedófilos na Igreja”.

Assim disse Dom Malfa ao participar em 7 de junho na abertura do Seminário Interdisciplinar sobre o Abuso Sexual em Ambientes Eclesiais, na Universidade Católica da Argentina (UCA).

O seminário é organizado pela Faculdade de Direito Canônico da UCA , com o lema “O dever de uma resposta adequada”.

Dom Malfa agradeceu ao reitor desta Universidade, Dom Víctor Fernández, por acolher o pedido do Episcopado e realizar este seminário, pois “esta triste problemática precisa do conselho de especialistas em diversas áreas, por isso falamos de formação integral”.

Do mesmo modo, destacou o apoio da Congregação para a Doutrina da Fé, que enviará um dos seus membros, o Pe. Jordi Bertomeu, para expor em um dos seis módulos mensais que compõem o seminário.

Dom Malfa considerou que “a improvisação nunca é boa, mas em relação a este tema pode causar um dano difícil de reparar. É inegável, como expressou Bento XVI aos bispos da Irlanda, que foram cometidos erros na resposta às acusações".

Por esta razão, “é necessário – com a humildade da verdade – assumir os erros do passado e ser calmos e firmes na busca por não fazer isto novamente”.

Em seguida, Dom Malfa encorajou a reler a carta de Bento XVI aos católicos da Irlanda, pois “ele disse linhas inconfundíveis para toda a Igreja, que logo depois o Papa Francisco continuou e aprofundou buscando as medidas canônicas mais adequadas também incorporando a ajuda de vários profissionais relacionados ao trabalho da Santa Sé”.

“Por isso, digo-lhes: Nunca descartem uma denúncia”, acrescentou.

O Bispo sublinhou que “é verdade que o principal responsável é o Ordinário (o Bispo, mas também os superiores maiores dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica), que sem dúvida precisam contar com a ajuda de especialistas”.

Por isso, o seminário e as Linhas Guias “serviram para dar unidade e comunhão à práxis da Conferência Episcopal, ajudando a harmonizar os esforços feitos por cada Ordinário para proteger os menores”.

O seminário tem mais de 70 pessoas inscritas e haverá 6 encontros mensais de dois dias cada um.

Os temas serão: “o procedimento canônico”, “seleção e acompanhamento dos candidatos à Ordem Sagrada”, “contribuições da psicologia sobre as causas dos abusos e as consequências psicológicas das vítimas”, “medidas preventivas”, “a delicada tarefa de comunicar”, “responsabilidade civil e a legislação argentina” e “chaves para o acompanhamento espiritual das pessoas afetadas”.

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